25.1.06


Judaísmo

Hoje vi um documentário sobre a Palestina realizado por um desses activistas, auto intitulados pacifistas, que vão para o terreno. Neste caso os IMS. Uns vão para ajudar outros para lutar pelos seus ideais. Outros para preencher o vazio que as nossas sociedades propiciam aos que não têm de lutar para sobreviver. Vão em busca de excitação…

O interessante é que este pessoal não tem patrão. Apenas é condicionado pela sua perspectiva. E assim conseguem passar uma visão menos “politicamente correcta e aceitável” que seria inviável nos noticiários main stream.

Fiquei mais esclarecido. E isso é o que importa.

Mais uma vez gerei sentimentos contraditórios e sem saber o que pensar. Muito menos com conclusões ou soluções para a questão em causa.

Por um lado a minha educação judaico-cristã (social) e de esquerda (familiar), uma espécie de um em dois, fazem-se sentir pena e compaixão para com os mais fracos, neste caso os Palestinos. E por oposição sinto repugnância pelo o que os Israelitas estão a fazer e como.

Por outro lado não posso deixar de ficar admirado pela capacidade do povo judeu. Pelo que conseguem com a sua união. A União pelo judaísmo em prol do seu sionismo.

Apenas umas décadas depois de quase serem dizimados pelos Nazis (e simpatizantes), eles invadiram um dos territórios mais disputados do mundo desde há mais de 2000 anos. Um dos mais “quentes” e importantes em termos geo-estratégicos.
Os europeus cristaos, seus inimigos priveligiados durante 2000 anos, empurraram-nos para ali, provavelmente entusiasmados ao pensarem que se livrariam deles. Acabaram por se tornar seus principais aliados. E, quem sabe, num futro proximo, suas vitimas.

Os judeus, agora com pátria, comportam-se de forma alheia aos princípios e determinações de uma comunidade internacional da qual são um dos principais construtores (teóricos e práticos) e um dos principais beneficiados. Agem de forma muito similar ao que os nazis, que odeiam, os trataram.

Embora estejam rodeados de árabes por quase todo lado, são mais fortes que todos eles juntos. Manobram e manipulam a seu contento. Até se pode dizer que se há um catalizador para a união e convergência dos árabes e do seu Islão, esse é, certamente, o estado judaico.

E por entre todo tipo de abanões e turbulências lá vão construindo o seu país.

O actual estado das coisas é significativo do seu saber e poder.

Após se terem instalado para não mais sair, aceitam (a muito custo) a criação de um Estado palestiniano. Veja-se os termos: esse “Estado” é apenas 11% do território que segundo a ONU seria Palestiniano aquando as primeiras guerras. Esse território, maioritariamente desértico, é totalmente dividido e enclausurado em ilhas separadas entre si e rodeadas de betão. Os portões (e cursos de água) são controlados por Israel. Dentro dessas ilhotas sobrevive apertado o chamado povo palestiniano, ele próprio uma criação forjada por conflitos e com menos de um século. Esse povo foi educado pela e para a guerra. Guerras que sempre perde e que o humilham constantemente. E está habituado a ser atraiçoado e abandonado pela comunidade internacional e até pelos seus supostos aliados. Nesses seus territórios prisão o seu “Estado” tem a obrigação de mostrar que mantém ordem e segurança, interna e externa, sobre uma população com níveis de desemprego a rondar os 80%. E sem sistema educativo. É um estado gueto.

Aos israelitas basta esperar…

Essas ilhas vão simplesmente secando em todos os sentidos. E enquanto não secarem os israelitas constroem alguns polígonos industriais junto a cerca (do lado de fora óbvio), bem guardados pelo seu poderoso exército, onde os palestinianos mais mansos podem ir trabalhar (baratinho claro) e assim contribuir para o extraordinário desenvolvimento do estado que os oprime!

É obra! Pode até repugnar. Mas, sentimentos à parte…é obra.

Não sou católico. Por isso não rezo a deus pela salvação das alminhas. Nem da dos pobrezinhos nem da dos outros.

Nem sou esquerdista, nem revolucionário, nem conservador. Não quero mudar o mundo nem impedir que ele mude (ambas as pretensões são ilusões). Por isso não posso aderir ao activismo.

Estou numa confortável posição, onde nem sequer tenho de escolher nenhum dos lados (logo, para qualquer dos dois, serei do outro…).

Por isso aproveito poder observar isto de forma muito “filosófica”. Simplesmente me deleito contemplando.

Aproveito enquanto posso. Antes que o pessoal mande tudo pelos ares!

O mundo é belo! Ou pelo menos interessante…



30/11/2005

1 comment:

António said...

Sim ja estou habituado é bom pois isso gera aquela dialeticazinha estimulante ed pontos de bista...

Mas o qu emais interessante é sao as piadas negras...tipos as de ontem qu erealmente acreditei ao ponto de me assustar!

Parecia tao possivel e eat eprovavel. E assustador!