12.4.06

NÃO

Empreendedor!

A vida testa-nos constantemente. Testa-nos a ver se o que temos para lhe oferecer é útil e construtivo para a regenerar. Se o que temos a oferecer vai um pouco além do que consumimos…

E esses testes são feitos de muitos NÃO!

Quando queremos empreender algo é preciso vencer a inércia. E um pouco mais.

É preciso vencer os NÃO que vêm em forma de exigências burocráticas. Os NÃO que é a energia ($) que não temos para fazer o investimento. O NÃO que advém do facto de ser novo e logo desconhecido e sem créditos de confiança até provar tê-la. Os NÃO da concorrência, cuja sobrevivência disputa o mesmo bolo e, naturalmente, deita mão de todas as armas, de forma selvática, ignorando qualquer condicionalismo ético. Os NÃO de ao mesmo tempo termos sempre de resolver outros problemas que nos distraem e desgastam. Os NÃO que os nossos mais próximos nos transmitem, desconfiando da nossa confiança, duvidando da nossa capacidade, quando o que precisávamos era precisamente desse voto. Os NÃO dos nossos companheiros serem diferentes na forma de estar e na forma de querer, e daí advir fricções e perdas de tempo e dinheiro, quando devia advir sinergias. Os NÃO do mundo ser imprevisível, e de nos usar sem pedir licença, e nos exige sempre mais adaptação. Os NÃO da nossa própria personalidade, feitos de inexperiência, medo, falta de amor-próprio e criatividade e coragem, cansaço e preguiça, incapacidades, vícios, etc. Enfim…São muitos NÃO!

Mas nós temos o instinto de vida. O instinto de nos desgastar até ao fim, tentado sobreviver. E respondendo a esse instinto integramo-nos na vida o melhor que sabemos e lutamos. E até matamos se for caso disso. (E até morremos…)

E a vida até tem alguns momentos bons. Muitos bons. De prazer e satisfação. De partilha e alegria. De realização pessoal e integração. Momentos que nos iludem nas dificuldades, como motivação para ultrapassá-las. Uma ilusão que, mesmo que a vejamos como tal, é absolutamente fundamental para a evolução. Uma ilusão que nos lança na resolução dos problemas, que nunca é senão o gérmen da própria infinitude dos problemas. A ilusão, que imaginamos e desejamos quase desesperadamente, de um dia os problemas acabarem e de que tudo será perfeito, paz e harmonia, para sempre.

Não o é. É a vida. E como dizia no outro blog: a vida é difícil e depois acaba!

É preciso ter muita inspiração para viver. Ainda mais estando conscientes do infinito e falta de propósito extra da vida! Viver (lutando) só porque estamos vivos. Viver por viver.

Aos poucos, à medida que tento empreender, vou percebendo e simpatizando mais com os empreendedores. Aqueles que têm ideias, coragem para as erigir no mundo contra NÃO constantes, e preservaram numa luta constante, que é a própria vida, que nunca dá tréguas. É uma das coisas que mais me inspira no meu Mestre, DeRose (e em outros da sua estirpe). Um lutador combativo, que não desiste e não dá tréguas. E cada vez me inspira e o admiro mais, tomando consciência que as minhas lutas e o meu empreendorismo é quase uma migalha comparada com o tamanho e duração dos projectos e desafios que ele enfrenta desde há longos anos. Entendo melhor como ele ás vezes tem pouca paciência (eu ainda tenho menos perante muito menos penas). Entendo como se procura rodear de gente pró-activa (ou seja, pró-ele), pois nada é mais desgastante que dispersar energias lutando com aqueles que supostamente estão lutando connosco.

A vontade que dá, ás vezes, é entregarmo-nos à força de esses Homens de comprovada força e capacidade, e deixarmo-nos iludir que a sua força ditará uma ordem construtiva que a nossa fragilidade não alcança.

Talvez seja a melhor solução para muitos… A mim parece-me um tiro no próprio pé.

Inspiração sim. Inspiração para também nós extrairmos de nós mesmos o nossos máximo potencial.

É isso que desejo para mim e para aqueles de quem gosto. Muita inspiração. Muita realização pessoal.

(Não estou com nenhum problema especial. as coisas até estão bem... Estou apenas cansado!)

1 comment:

PsiTra said...

Força aí mano!
Um grande abraço.