Universo
A realidade é Una. E versa! Por isso lhe chamamos universo…
Há, como sempre, uma imensidão de conhecimentos da existência. Saberes diversos e dispersos que convergem, competem, se contradizem e colaboram. Explicam e prevêem o mesmo e outras coisas. Expressam-se de formas distintas, o que tanto produz entendimento como equívocos. Agrupam-se e classificam-se, de forma nunca permanente e estável, atribuindo-se-lhes nomes. Nomes que nunca são inequívocos, e se referem a muitos “ir sendo”…
Mas toda essa produção diversificada compõe um Uno. E provém de um Uno. Esse Uno é a nossa consciência. A consciência Humana, feita de corpo, sensações, emoções, raciocínio, intuições, memória, imaginação e criatividade.
Não obstante haver cada vez mais conhecimentos a fazer cada vez mais teorias e previsões sobre a existência, esta torna-se, por isso mesmo, também cada vez mais complexa. Assim, mesmo conhecendo cada vez mais, o universo continua igualmente desconhecido e a vida continua a ser absolutamente imprevisível! E não nos cabe outro papel que continuar a conhecê-la, a vivê-la, a mudá-la, para que tudo se mantenha na mesma!
Os conhecimentos não têm mais ou menos credibilidade e valor por serem de um qualquer tipo específico, que não se consegue definir, com um mínimo de exactidão e consenso, e que permitiria fazer essa separação e distinção. Nem por supostamente surgir ou obedecer a algum pretenso método diferenciado, também ele indefinível (a não ser “por alto”), pois todos os conhecimento afluem de forma igualmente espontânea e complexa à consciência. A validade de qualquer conhecimento não lhe advém por ser racional, emocional, intuitivo, ou qualquer outro nome com o qual nos referimos a algum aspecto da consciência. Até porque a maioria dos conhecimentos são e advém de tudo isso ao mesmo tempo.
A validade de qualquer conhecimento está na utilidade. Na utilidade que tem para a vida em geral, e para a vida de cada um. Na utilidade que tem para a vida no processo de criar mais…vida. E nesse processo a utilidade pode ser a de prover esperança, integração, segurança, afirmação, energia, etc, à nossa existência, tanto individual como colectiva. E portanto, é a vida em geral, e cada um em particular, que determina quais conhecimentos são mais validos e credíveis em cada momento.
A existência é vivida por egos. E o ego, tanto como deseja integrar-se na Unidade, não pode deixar de se afirmar, pela diferença. O ego, pela sua natureza, acha insuportável e inaceitável qualquer unidade que o dissolva (mesmo que nisso lhe apresente o infinito). A única Unidade que vislumbra com agrado e intenso desejo seria uma unanimidade de apoio e reconhecimento, o que choca com o mesmo desejo de egos alheios e por isso nunca se concretiza. Mas o ego não desiste. Nunca. Sempre insiste em distinguir, ainda mais para separar e conquistar, do que para discernir, entender e unir. E assim tenta, por exemplo, definir “tipos de conhecimento específicos”, dos quais o melhor é sempre o seu, claro! Ditaduras de todos os tipos, incluindo culturais e até epistemológicas, são tentações ás quais não podemos resistir. É a nossa natureza.
Mas, se aprofundarmos bastante qualquer análise, se aproximarmos ou afastarmos muito intensa e duradouramente a observação, as verdades transformam-se, e tanto as diferenças e separações como a união entre as coisas começam a ser menos nítidas. No que antes era Uno começa a discernir-se um oceano de diversidade, e nesta, se continuarmos o dárshana, a diferença começa a dissolver-se de novo no Uno.
A consciência flui. Mantém-se absolutamente estável na sua instabilidade.
É Una & versa…
3 comments:
O que é mais engraçado é que concordo contigo... :S
Uno e verso
Uno - consciência recolhida na sua essência
Verso - consciência em movimento, experimentando-se, compreendendo-se, sentindo-se
Estamos lá, o melhor estamos CÁ
Sou do Brasil
tenho uma empresa chamada Uno&Verso
de Desenvolvimento Humano,
gostaria de saber se posso usar seu texto?
José Ricardo
josericardo@unoeverso.com.br
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