No meio está a virtude
Criatividade, individualismo e grupos
Ontem, numa conversa animada com uma amigo daqui, que é dos gajos mais cultos e inteligentes (e desequilibrados) que já conheci, ouvi uma frase que me fez pensar: “acredito que uma pessoa inteligente e criativa não consegue fazer parte de um partido.” (aqui referia-se a grupo político, mas poder-se-ia estender a qualquer tipo de grupos)
Bem, já se sabe que os grupos tem mais poder e importância que uma pessoas individual (pois são a União de várias pessoas), e que por isso se lhe sobrepõem. E que os interesses do grupo (de várias pessoas) prevalecem sobre os do individuo (uma pessoa só). E que os indivíduos que pertencem a qualquer grupo têm de assumir compromissos e fazer cedências ao seu individualismo para se encaixarem nesse grupo. E que para uma pessoas criativa isso pode ser algo complicado e difícil, pois a criatividade tende a ser espontâneadade e nem sempre se coaduna facilmente nas regras que impõem a ordem nos grupos…
Senti-me tentado a concordar.
Mas depois lembrei-me que os grupos conseguem fazer coisas muito boas que uma pessoa só não consegue. Lembrei-me de muitos grupos onde coabitam muitas pessoas muito inteligentes e criativas, que alimentam esses grupos com a sua inteligência e criatividade. Reparei que há grupos que são, eles mesmos, inteligentes e criativos. Percebi que a criatividade individual não é independente nem antagónica à dos grupos, e muitas vezes até é estimulada e possibilitada por eles…
Ou seja, essa ideia que as pessoas inteligentes e criativas não se coadunam a grupos é apenas e só falsa. É uma ideia que os muito individualistas utilizam para justificar a si mesmo e aos outros que a sua incapacidade de União e integração, se deve ao seu génio incompreendido pelo conservadorismo castrador dos grupos.
Mas…de facto, os grupos muitas vezes são, não apenas uma limitação à expressão individual, mas realmente castradores e repressores da criatividade pessoal.
Assim, nessas lutas de egocentrismos entre os grupos e os indivíduos, como sempre, o meio-termo acaba por tomar o maior espaço. Tende a haver espaço para a maioria das expressões, tanto grupais como individuais. Mas esse espaço nunca é absoluto nem para os individualismos nem para os grupos. Tudo é uma questão de grau e “no meio está a virtude”. Os grupos continuam a dominar simplesmente porque são maiores, até porque que todos fazem inevitavelmente parte de grupos. E se um individualista for muito egocêntrico e tiver algo importante e válido para dar á vida que não se encaixe nos grupos já existentes, tende a autonomizar-se e a… formar o seu próprio grupo!
Eu, mal educado e egocêntrico, provavelmente por genes e cultura, claustrofóbico, não só física mas também emocional e mentalmente, com tendência exacerbada para o individualismo, estou a tentar equilibrar-me, num esforço que creio ser de maturidade e lucidez.
Creio que é lucidez e maturidade perceber que em sociedade, muito mais que sonhos idílicos de “liberdades”, o que realmente existe são as interdependências. União. A União faz a força. Dá força. Ajuda à realização da Vida. Incluindo à realização da vida individual. E até dá um grande gozo encontrar e construir identidades comuns.
Assim, faço um esforço. E ao fazê-lo vou percebendo que as terríveis limitações que eu vi anos grupos afinal são, acima de tudo, as minhas próprias neuroses, psicoses e incapacidades de relacionamento. O meu individualismo era a minha solidão, a minha prisão. À medida que consigo soltar-me e entregar-me mais (não me é muito fácil) percebo que a liberdade se consegue também e sobretudo por integração. E é essa a grande aspiração e natureza do Homem.
Ontem, numa conversa animada com uma amigo daqui, que é dos gajos mais cultos e inteligentes (e desequilibrados) que já conheci, ouvi uma frase que me fez pensar: “acredito que uma pessoa inteligente e criativa não consegue fazer parte de um partido.” (aqui referia-se a grupo político, mas poder-se-ia estender a qualquer tipo de grupos)
Bem, já se sabe que os grupos tem mais poder e importância que uma pessoas individual (pois são a União de várias pessoas), e que por isso se lhe sobrepõem. E que os interesses do grupo (de várias pessoas) prevalecem sobre os do individuo (uma pessoa só). E que os indivíduos que pertencem a qualquer grupo têm de assumir compromissos e fazer cedências ao seu individualismo para se encaixarem nesse grupo. E que para uma pessoas criativa isso pode ser algo complicado e difícil, pois a criatividade tende a ser espontâneadade e nem sempre se coaduna facilmente nas regras que impõem a ordem nos grupos…
Senti-me tentado a concordar.
Mas depois lembrei-me que os grupos conseguem fazer coisas muito boas que uma pessoa só não consegue. Lembrei-me de muitos grupos onde coabitam muitas pessoas muito inteligentes e criativas, que alimentam esses grupos com a sua inteligência e criatividade. Reparei que há grupos que são, eles mesmos, inteligentes e criativos. Percebi que a criatividade individual não é independente nem antagónica à dos grupos, e muitas vezes até é estimulada e possibilitada por eles…
Ou seja, essa ideia que as pessoas inteligentes e criativas não se coadunam a grupos é apenas e só falsa. É uma ideia que os muito individualistas utilizam para justificar a si mesmo e aos outros que a sua incapacidade de União e integração, se deve ao seu génio incompreendido pelo conservadorismo castrador dos grupos.
Mas…de facto, os grupos muitas vezes são, não apenas uma limitação à expressão individual, mas realmente castradores e repressores da criatividade pessoal.
Assim, nessas lutas de egocentrismos entre os grupos e os indivíduos, como sempre, o meio-termo acaba por tomar o maior espaço. Tende a haver espaço para a maioria das expressões, tanto grupais como individuais. Mas esse espaço nunca é absoluto nem para os individualismos nem para os grupos. Tudo é uma questão de grau e “no meio está a virtude”. Os grupos continuam a dominar simplesmente porque são maiores, até porque que todos fazem inevitavelmente parte de grupos. E se um individualista for muito egocêntrico e tiver algo importante e válido para dar á vida que não se encaixe nos grupos já existentes, tende a autonomizar-se e a… formar o seu próprio grupo!
Eu, mal educado e egocêntrico, provavelmente por genes e cultura, claustrofóbico, não só física mas também emocional e mentalmente, com tendência exacerbada para o individualismo, estou a tentar equilibrar-me, num esforço que creio ser de maturidade e lucidez.
Creio que é lucidez e maturidade perceber que em sociedade, muito mais que sonhos idílicos de “liberdades”, o que realmente existe são as interdependências. União. A União faz a força. Dá força. Ajuda à realização da Vida. Incluindo à realização da vida individual. E até dá um grande gozo encontrar e construir identidades comuns.
Assim, faço um esforço. E ao fazê-lo vou percebendo que as terríveis limitações que eu vi anos grupos afinal são, acima de tudo, as minhas próprias neuroses, psicoses e incapacidades de relacionamento. O meu individualismo era a minha solidão, a minha prisão. À medida que consigo soltar-me e entregar-me mais (não me é muito fácil) percebo que a liberdade se consegue também e sobretudo por integração. E é essa a grande aspiração e natureza do Homem.
4 comments:
identifico-me muito com o que acabaste de dizer, antónio! percebo a tua ideia porque também a sinto, e como mexeu comigo não resisti a mandar-te um comentário;). e é isso mesmo, a evolução passa por aí... ao resolver os novelinhos todos cá dentro, abre-se um mundo lá fora, com o qual já não será difícil nos relacionarmos... porque entendemos a nossa parte no todo. ou pelo menos, entendemos que ela existe.
beijinhos! bom trabalho, bom lazer, boa criatividade, bons relacionamentos... boa semana no mundo!!;)
Na verdade (o que eu acho), ao contrário do que superficialmente parece, não é o grupo que nos aprisiona... só o "eu mesmo com o eu mesmo" prende!
Só com os outros é que se cresce! Só assim vale a pena!
Por muito criativo que possas ser jamais irás potencializar-te se não te "unires"... os teus genes até tão lá, mas desmaiam se não os estimulares! Estimulo: aí entra a parte inteligente da coisa... saber escolher o melhor estímulo!O grupo CERTO! O que nos potencializa... Égregora versus karma colectivo! Na inteligência da melhor escolha vivencias também a tua liberdade: a da escolha... seleccionar o(s) grupo(s) que (te) interessam!
A União é uma força maior de criação!
Citando a pessoa mais inteligente que eu conheço:
"A união fez de nós o que somos hoje! E fará por nós o que nós nunca imaginamos!"(Mestre DeRose)
"Só com os outros é que se cresce! Só assim vale a pena!"
É isso mesmo...
Como sempre as mulheres sabem tudo á partida e muito melhor que nós!
Porque raio não fazemos o óbvio: perguntar-lhes!? Ou melhor até: viver como vocês...
De alguma forma a vossa falta de desapego parece proporcional a uma iluninação inerente!
Algo muito para além de toda a "inteligência" que o mais inteligente dos inteligentes possa evidênciar!
Há realmente muita falta de diálogo...
Enfim... alguns de nós ainda se revoltam e tentam mudar. Eu, pelo menos.
Gostei, António.
Beijos
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