17.9.05

Yôga é anti-místico!


Não sou místico e não gosto de misticismos.

No entanto, nada tenho contra quem é e gosta. Procuro ser bem tolerante nisso já que nós, os não místicos, estamos em desvantagem numérica!

Místico é mistério. É o que não se sabe. É ignorância. Místicos são os que vivem do que não sabem e para o que não sabem. Agem em função do desconhecido. Buscam o desconhecido, através do desconhecimento… Em geral, cultuam essa forma de estar pois isso cria um ambiente onde podem ignorar a sua própria ignorância e sentirem-se bem consigo mesmos. E até iludir os outros envolvendo-os em teias de supostos segredos misteriosos!

Yôga é conhecimento.
Logo não combina com misticismo. Aliás, dissipa os misticismos!

O Yôga é um processo de iluminação. Iluminação de…luz! Luz que é o conhecimento. No mesmo sentido do iluminismo do Renascimento, em que os da altura se renovaram e iluminaram com os novos conhecimentos que adquiriram e geraram através das viagens e descobertas.

A luz dos Yôgis é o conhecimento de si mesmos e do mundo.

Yôga é conhecer a si mesmo, por si mesmo, em si mesmo!

É um prazer imenso perceber, entender e partilhar conhecimentos. Nomeadamente para quem ama a filosofia.

Não precisamos de fantasias delirantes. Dispensam-se fantasias acerca de explosões de luzes, sensações estranhas e extraordinárias, visões delirantes e “diferentes”. Dispensam-se conversas fascinantes acerca de poderes incríveis e sedutores.

Não há grandes segredos a desvendar (a não ser talvez esse mesmo!).

O conhecimento em si basta.

4 comments:

Anonymous said...

Eu percebo o teu ponto de vista, mas sabes que para 98%dos praticantes de yoga(bem,,talvez menos...90%)e esse misticismo que os atrai.

Nada de errado claro, cada um segue o caminho que quer..

L

Anonymous said...

Exactamente!
Para muitos são os misticismod , e sobretudo so poderes misticos o qu eatrai!

Ana Heitor said...

Qual conhecimento?

Yoga é conhecimento?!

Não será consciência?
Nã será estar atento?
Não será lucidez?

PsiTra said...

Entre os ideais do Renascimento (para usar o teu exemplo) contavam-se precisamente o procurar saber mais sobre o Homem e o que o rodeia, escapar das "garras" da Idade Média que impunha as mesmas "verdades" imutáveis e inquestionáveis. Pela tua definição essas pessoas eram místicas pois agiam em função do que desconheciam...
Se mudares para místico é aquele que prefere o mistério ao conhecimento, já posso concordar mais (que acho que é o que tentaste dizer, sem o saberes :), se bem que depois tínhamos que arranjar outra palavra para definir o que actualmente se entende como místico (definição na qual te encaixas! :P