Do what you will!
“Nobody is normal.
There is no such thing as normal people.”
My life whitout me
""Do what you wilt" shall be the whole of the law." Aleister Crowley
“Nobody is normal.
There is no such thing as normal people.”
My life whitout me
""Do what you wilt" shall be the whole of the law." Aleister Crowley
Esta frase foi (e ainda é) considerada libertadora por alguns. Terrivelmente libertadora para outros.
Na altura, a personagem e a sua trajectória eram consideradas exuberantes. Excêntrico. "Louco". Uma exuberância aberrante para a maioria. E isso serviu para chamar atenção e também descredibilizar e negar o interesse de tal vida e suas filosofias.
Na realidade, o melhor de Crowley está nesta frase tão simples quanto poderosa: “Do what you will. That shall be the whole of the law!”
Para os conservadores padrões cristãos da moral de então, essa frase representava um aterrador e inadmissível relativismo ético e moral. Uma ética e moral que tinha demorado tanto tempo a consolidar-se (até se cristalizar!).
Entretanto já entraram (e, em alguns casos, saíram) de cena a “Flower power”, a “new age”, 2 grandes guerras já passarm, com nazismo, bomba atómica e tudo…A visão da terra pelo espaço, sistemas informativos que permitem agilizar e globalizar o mundo, a W.W.W., a pílula, etc. Viajar pelo mundo todo é banal. Já não há recônditos misteriosos e portanto nada a descobrir. As guerras são omnipresentes mesmo nas sociedades pacificadas. Os ideais comunistas ainda não atingiram o fundo do poço. O Islão pacifista torna-se, de novo, terrorista. Os estados democráticos praticam terrorismo de estado para evangelizar os bárbaros com o seu sistema politico e ético, e resguardar a economia. As várias religiões brigam e fundem-se entre si. O oriente está de novo crescente. O materialismo sempre presente assumiu-se sem pudores. Sacralizou-se. O dinheiro conta mais que o nome. E a honra. A família já não é o que era. O Nietzsche já é história. Os artistas já deixaram de ser tristes e problemáticos e passaram a ser ricos e saudáveis. As drogas já são quase legais! Até está na moda ser neo-cristão renascido com a missão de espalhar a “boa nova”!
Já não há nada sagrado. Sacralizado pelo tempo, tradição e instituições confiáveis. Agora tudo vale.
Hoje aquela mesma frase já não é tão bombástica. Já não tão é perigosa.
Mas ainda é difícil de aceitar. Tão difícil como aceitar a “si mesmo”.
No meio de um relativismo é tão grande, onde o ego é a única referência válida para si mesmo, aquela frase soa agora a desespero. A não saber para onde ir nem o que fazer. A perda de crenças e sentido. A individualismo e solidão. A insegurança, desordem e desintegração.
Aceita-se a frase como uma constatação do óbvio. Um óbvio problema.
Sim, vale tudo o que eu quiser! Mas o que quero eu? E já agora: quem sou eu?
Aceita-se como um espelho de um mundo moderno, democrático, pleno de possibilidades e opções que (por isso mesmo) é tão cruel e opressor como o antigo mundo uniformista. Um mundo onde apesar de tudo ser possível, a liberdade e a felicidade continuam a ser uma miragem. Um intangível.
Hoje, viver uma vida "louca", feita de excessos e nos limites, já não é libertador. Não é original nem corajoso. É apenas mais um ego a tentar marcar a diferença e exibir-se. Apenas mais uma instabilidade. Uma moda que já não o é. Uma vida “boba”. Tão “boba” como qualquer outra.
Hoje, ser corajoso e fazer o que se quer poder ser simplesmente ser... banal, comum, normal. Isso sim, um verdadeiro desafio! (Desafio ao ego...)
Como dizia o outro no Trainspotting:" escolho ser exactamente como vocês: casamento, filhos, hipoteca, tv...".
(Coloquei este texto e logo dei de caras com algo interessante, com relação a este tema, aqui. Interessante que, embora partindo de outro contexto aborda o mesmo tema: a "loucura" x liberdade. Mas aponta em sentidos diferentes, quase opostos!)
2 comments:
Será que seríamos capaz de nos aceitar como iguais a todos os outros (mesmo que correspondessem aos nossos ideais e noção estética de humanismo)?
muito mistico mesmo... hein tó
lololol
abraço
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