13.4.06

Ego...

Ego

Estou farto das paranóias com o ego.

No Yôga é demais. Qualquer coisa que se faça (ou até omissão) tem logo uma acusação disparada de ego ( e condicionamento), como se fosse coisa má.

Tenho para mim claro que o Yôga é um processo de transcendência do ego. Ou seja, da consciência blindada nos limites ilusórios do ego.

Mas transcender não é de todo aniquilar, destruir, ou sequer ver no ego um adversário terrível!

Transcende-se o ego, através do próprio ego. Aliás, a própria transcendência parece-me uma ambição bastante egóica!

E transcende-se mas mantém-se um ego. Esse complexo a que se chama ego-personalidade. Essa coisa que vai sendo. Esse devir que identificamos com o nosso nome e serve à nossa expressão na existência!

O ego é bom. Pelo menos o meu é. E aqueles de quem eu gosto também. E também o é o daqueles que me gostam e querem bem.

E, observando bem as coisas, os paranóicos com o ego, na realidade, têm problemas mas é com o ego dos outros…

E digo mais: não existe nenhum ponto de observação melhor para contemplar o mundo que o ego. E para perceber os outros o melhor é fazer dárshana no seu ego. Tudo se torna imediatamente mais claro…

É um ponto absolutamente coerente em si mesmo, o qual podemos contemplar para entender com perfeição todas as coisas!

O único problema é que para fazê-lo temos também de transcendê-lo!



2 comments:

MasterPeace Dude said...

Acho que percebo o que queres dizer com "acusação disparatada de ego"...

Mas, por acaso, sou dado a concordar que o ego quase só atrapalha...

Eu sou da opinião - e as opiniões são como as vaginas: quem quer dá-las, dá-las ;) - que o ego é de facto um ponto de vista, uma perspectiva.

Acho-o "Condicionante", pois a meu ver é através dele que nos prendemos ao passado e é Por Ele que vivemos as ansiedades do futuro e, por conseguinte, vivenciamos menos paz nas nossas vidas, no momento presente, no "agora".

Acho que é por causa do ego (eu sei que apreendi isto duma leitura que fiz algures, mas não te consigo dizer onde... assim de repente diria que foi no "Poder do Agora") que nós, ao tentarmos ser "amanhã" algo coerente com o que fomos no passado, experenciamos sensações de ansiedade por não querermos destruir a nossa imagem/status (que tanto trabalhinho deu a criar)... e acabamos por, inconscientemente, termos de nos esforçar a ser de determinada forma... menos natural.

É pelo ego que a nossa mente nos prega partidas e nos obriga a sermos menos "naturais", não nos deixando apenas "fluir" pela vida, seguindo as nossas intuições e instintos básicos... situação que "naturalmente" nos traria mais paz, harmonia e tranquilidade.

Ou seja, se nós conseguirmos com o Yôga ou com outros métodos de meditação transcender a nossa mente - incluindo o ego - conseguimos atingir um estado de verdadeiro Eu, isento destas questões meramente terrenas (ou pelo menos, apenas da nossa existência actual)... e conseguimos ser mais o nosso Eu Essencial, aquele que realmente entende e compreende todas as coisas.

Sonia Ferreira said...

Isso mesmo. O ego aprisiona-nos a um passado q n existe mais e a um futuro q nem sequer existe ainda. Mas sem ele n realizamos nada, ele e prova de que existimos.... precisamos dele! So com o Samadhi... (livro "O Poder do Agora"... fantastico)