6.6.06

Drogas, controlo e (in)consciência!

Drogas, previsibilidade e control!

Qual a diferença entre droga, medicamento, veneno e alimento?

Acho que muitas vezes é uma questão de dosagem química! Outras é meramente o nome e a respectiva classificação juríca e suas penalidades. Outras é só o contexto! E
a maior diferença está concerteza em quem consome.

Claro que o nome, o contexto etc. não são um “meramente”, um “só”. Neste campo em que o psiquismo é o centro nevrálgico, o caldo psicológico do que consome é meio caminho andado, ou mais!

Parece-me que as drogas são cada vez mais banais e presentes. Menos misteriosas, fantásticas e poderosas que até há pouco tempo nos doutrinavam a crer. Cada vez mais sou tolerante e compreensivo em relação a essa coisa das drogas. Nomeadamente aos
consumos de substâncias com vista a alteração da consciência dita “normal”.

Para uma pequena parte dos consumidores a vida para o seu consumo é um verdadeiro encontro! Um caminho muito bom para o auto-conhecimento, e para a sua realização pessoal.

Para uma porção um pouco maior, as drogas são uma experiência mais, que faz (ou fez ) parte das suas vidas. Custou alguma coisa em termos de saúde e $ mas também rendeu frutos em termos de conhecimento, convívio, bem-estar, etc.

No outro extremo da manada estão os que se procuraram esconder nas drogas, como uma forma de escape a uma vida que não compreendem, gostam ou aguentam. Como a vida não perdoa acaba por tornar esse escape no seu verdadeiro inferno.

Pelo meio, e julgo que uma grande maioria, estão os que usam as drogas como uma
forma de controlo.

Controlar a insônia. Controlar o apetite. Controlar o cansaço. Controlar a ansiedade. Controlar a (in)satisfação. Controlar o prazer. Controlar o vazio! Controlar o ânimo, a consciência. Etc.

A vida é fod###. É imprevisível e exigente. Nada como a idéia de que tomamos uma dose e podemos prever e controlar os próximos momentos! A idéia que podemos manipular a nossa consciência, e conseguir dela o que queremos.

E ao meditar sobre isto reparo que vistas assim, as drogas não diferem muito de grande parte das actividades humanas.

Não é o mesmo que acontece quando se “consome” uma doutrina, seja ela religiosa ou política ou moral? Faço X e acontecerá Y! A sedução da previsibilidade...

E o mesmo posso dizer em relação ao Yôga. A ideia de adquirir poder e controlo da consciência é central a maioria dos praticantes. A promessa de estabilidade, felicidade, de alcançar determinados estados de consciência. Até a forma como alguns aderem aos Yôgas de forma absolutamente “religiosa”. Outros enlouquecem com o Yôga, para alguns é uma experiência mais, e alguns poucos realmente se encontram em uma dessas actividades filosóficas especifica.

E não é só no Yôga. Olhemos para as artes marciais e os seus praticantes. Façamos uma observação mais alargada. O que é que cada um extrai da sua profissão? Alguns encontram-se nela. Para outros é uma utilidade. Outros enlouquecem nela....

Enfim…drogas há muitas.

O certo é que sou contra o proibicionismo, que para mim é causa directa de 90% dos “males” relacionados com as ditas cujas! Não se trata de defender a liberalização. Não existe liberdade! Ou nas mãos dos traficantes (que só pensam em lucro, e logo vicio) ou regularizado pelo estado e pelo mercado lícito, alguém toma conta das coisas. Eu prefiro que seja o mercado lícito com o apoio do estado. Pela segurança, qualidade, controlo, impostos, etc. E talvez seja por isso mesmo que não é…

Quiçá daqui a uns anos já não se lide com o assunto como se fosse o papão! Ou talvez não…

Até lá cada um faça o que lhe parece melhor, obviamente.

23 comments:

Anonymous said...

Se nao ouvesse proibiçao , andava-mos a nadar nos vomitos uns dos outros... era uma anarquia , mas ainda!

(Desculpa a intromissao) ;)

Anonymous said...

e ouvesse é com "h" sorry :$

Anonymous said...

e o "mas " é mais ...oops

Anonymous said...

Luis os meus comentarios nao sao para tu entenderes...

António said...

(Des)entendimentos a parte...

Concordo contigo Luis: não há soluções fáceis. Creio que o ideal seria não ter transformado tudo isto num problema monstroso por causa das...proibições! Mas agora que já está...sou a favor da REGULARIZAÇÂO pelo estado e pelo mercado licito.

Acho especialmente importante o que disseste sobre:

"Argumentos de moral e religiao?

Mas que raio temos nos que dizer sobre o que vai na cabeca do outro?Especialmente se so o afectar a ele..."

Realmente, principalmente em relação ás chamadas drogas psicodélicas, é uma questão de moralismo puro. É intervenção do estado e outros poderes menos explicitos sobre as opções de consciência indiviudal...Seria como agora virem dizer que praticar Yôga ou ser de um partido X ou deixar-se enamorar profundamente é perigoso...

No fundo, e pelo que tenho percebido, o motivo principal por detrás de todo este proibicionismo que se inciou e alastrou durante o seculo XX foram motivos ECONOMICOS. leia-se "lucros e utilidades do mercado negro". A desculpa é a saude e a moral. É o Estado a dar um tiro no seu proprio pé...

Enfim. Não é fácil.

Susana: se tu AGORA quiseres meter uma gramazinha de heroína nas arterias achas que é por a lei dizer que é proibido que não o farás? Ou não o fazes por medo da adição? Ou porque é caro? Ou porque realmente não queres e fizestes outras opções de vida?

Não acredito em liberdade nem em liberalismos puros e totais! Mas fechar os olhos numa grande hipocrisia fingindo que nada se passa também não resolve nada!

Anonymous said...

Antonio , o meu comentario foi de facto muito emocional... mas o que quis dizer é que não quero e fiz outras opçoes de vida , tv tb por medo da degradaçao fisica , psiquica , e neurologica.
Tb não acredido em "liberdade nem em Liberalismos puros e Totais",ou melhor , fechar os olhos à infamia de uma hipocrisia social em todos os aspectos (todos nós infelizmente fazemos parte, uns mais que outros)não deixa nada a desejar... mas interagimos uns com os outros, e queiramos quer não , conversa puxa conversa acabamos sempre por puxar sempre um pouco para a hipocrisia , nem que seja 1 segundo. NAO EXISTE LIBERDADE TOTAL... é um mito...
Na minha opiniao a DROGA em alguns pormenores seja ela a heroina (...),a quimioterapia ,anti-depressivos, qq tratamento quimico feito em laboratorios para destruir o corpo , (fisico e psiquico), quimicos feitos em laboratorio , que por sua vez têm funçoes de transmutar ,alterar o metabolismo do organismo como defesas ou não , cura ou nao. Se quiseremos acelarar a podridão e o "Vomito" corporal e mental , é por essa via que devemos ir concerteza, a via das DROGAS.
Tv seja por moralismos e proibiçoes que esse mito Das DROGAS exista, mito do "perigoso" ... para mim é mais "ADORO O MEU CORPO E MENTE E QUERO CONTINUAR A PREVENIR A ACELARAÇAO DA PODRIDAO ESTOMACAL ,MENTAL, CEREBRAL ...SE TIVER QUE MORRER,QUE SEJA COM CORPO E MENTE LUCIDA,DE VELHICE " , " esta é a minha frase ... o resto : quem quer a acelaraçao da podridao , dos vermes a corroerem os ossos , do liquido branco a sair dos buracos das veias... Força , eu não vou estar lá concerteza!!

(desculpa , foi um desabafinho ;) )

Simão said...

Oi.

Gostei mto do texto Tó. Já há um bom tempo que discutimos a temática das "drogas", mas agora as nossas opiniões aproximam-se, interessante.

Interessante chamar-mos a umas coisas de drogas e outras não. Se consideramos q drogas é tudo o q nos altera a consciência, primeiro teriamos que definir qual é o estado normal e natural do ser humano, q penso ser um pouco dificil de o fazer. Depois teriamos q questionar se tudo o q existe não nos altera a consciência. Comer, beber, ter emoções, ver tv, ler, ouvir, estar com outros, pensar, yoga...eu sei lá.

Não dá para nos isolarmos dentro de uma bolha e separar-nos do contaxto da vida. Nós somos a vida. Substâncias quimicas? Mas afinal o q comemos, bebemos, o nosso corpo é o q? Não é quimica.

O q se trata aqui é de julgamentos. metemos na cabeça q determinadas substâncias nos alteram (para bem, para mal...o q quiserem) porque temos a ideia de um estado natural ou normal.

MAS AFINAL Q É ISSO DE NORMAL E NATURAL. Q É ISSO DE MORRER LUCIDO OU DE FORMA NATURAL.

Tudo é válido.

Eu continuo a acreditar que somos livres. É engraçado porque dizemos que a liberdade é um mito. Pq o dizemos? Porque pensamos q ser livre é ser de determinada forma e como não chegamos a essa forma pensamos q é uma utopia....ahahhahahaha qnd o q buscamos é uma ideia criada por nós e q se vail alterando ao longo do tempo, cultura, espaço.

Tamos a discutir um assunto q os shamans de há milhares de anos rir-se-iam de nós. o q existe é uma grande hiprocrisia. Não existe uma forma correcta ou incorrecta de ser.

SÊ....

António said...

Susana: desculpas, aqui, só formais! Por escrito e reconhecidas em notario...

Simão: acho que sempre concordamos. O que nos distingue um pouco (pouco mesmo acho) são algumas opcções praticas...

Ou dito de outra forma: em termos epistomológicos devemos estar para aí em 99% de identificação (o que é raro), já em termos sociológicos, divergimos um tanto mais!Felizmente. Senão não teria piada.

Na concepção (ou desconcepção!?!) do que é ou não "droga" concordo plenamente com o teu comentário.

Já na cantoria sobre Liberdades...deixei-me disso!

A vida real é suficientemente interessante. Aliás, é perfeita. Assim, tal como está. Dispenso os mitos, utopias, salvações...liberdades!

E se liberdade é outra coisa que não tem nada a ver com isso, então para quê insistir no nome?

Anonymous said...

Gostei muito dos textos , das opinioes , da tudo que pensar e de filtrar também ;)
Ainda bem que existem conversas destas...

PsiTra said...

O pessoal da liberdade que faça a seguinte experiência: tomem 50g de acetaminofeno e depois digam qualquer coisa para eu fazer 1 doutoramento sobre o vosso caso milagroso de sobrevivência!
Não sabem o que é e efeitos? E dos cogumelos e outros que tais sabem?

(Acetaminofeno é um antipirético e analgésico usado em doses de 1-2 gramas, vendido com o nome comercial de Ben-u-ron)

António said...

Pedro 1-

Pedro o maozão! Nunca tem dúvidas e raramente...pensa! (quando o faz não da grande resultado!!!)

Pedro 2-

De facto a minha crónica nao era só sobre as drogas ilícitas, nem versava só sobre o proibicionismo. O que nao faltam para aí sao dependências legais e até por receita médica! E nao sao menos fortes do que as outras...mas sao menos penosas, pois nao te marginalizam, nem te poem em contacto com o mercado negro, nem sao tao visiveis...Embora tenham reflexos sociais (nomeadamente a nivel de relaçoes pessoais e capacidade de trabalho) tao grandes como as outras!

E é também por isso que sou a favor da legalizaçao.

E discordo dessa legalizaçao que trata os drogados como doentes!!! Muitos nao o sao. É apenas uma questao de consciência individual e estilo de vida!

E misturar antipirécticos (ou heroína, por exemplo) com cogumelos (ou outras drogas "psicadélicas" é apenas mais uma generalizaçao que produz (e é causada por ) ignorância!

Se comeres 20 gemas de ovo e 30 cafés de uma só vês…também vais para o hospital não? Mas ninguém o faz… e não vale a pena proibir essas “comidas” para o caso de alguém se descontrolar!!!

De resto fiquei sem perceber a tua opinião sobre todos estes assuntos... Ou era só para largar bombinha ( de mau cheiro)?

Luis:

O teu artigo está muito bom.

Como é longo recomendo a leitura directamente no teu blog...

Pego em algo que escreveste para eventualmente dar seguimentoa estes tópicos:" ACIMA DE TUDO ISTO E UMA QUESTAO PESSOAL QUE TEM INEGAVEIS INFLUENCIAS NA SOCIEDADE MAS ACIMA DE TUDO...E UMA ESCOLHA PESSOAL!"

Onde termina o direito á consciência (e opções praticas) individual e começa a legitimidade de interferências sociais? Nesta e em outras questões?
(Sem dar a resposta facil de que "está tudo integrado, unido e ligado)

Humor Negro said...

A diferença está nos efeitos secundários.

PsiTra said...

Eu sou a favor da legalização das drogas, desde que devidamente acompanhadas por apoio médico. Já que vão sempre existir ao menos que o estado ganhe alguma coisa em impostos e não perca em policiamentos sempre com grandes buracos... Em 99% dos casos (não vou dizer 100% pois sou agnóstico em relação ao que não conheço totalmente e não céptico como o luisinho) os resultados dos cogumelos, canabis, yoga e outras drogas são alucinações e problemas psiquiátricos...
Por exemplo até em alguns defeitos oftalmológicos, a pessoa tem micrópsias, ou seja vê mesmo o mundo como sendo mais pequeno, fazendo-a sentir-se um gigante... Se essa pessoa vivesse há alguns séculos atrás se calhar dava uns contributos para o yoga sutra...?!
Não tenho nada contra as drogas mas também não tenho nada a favor: para quê ser dependente de efeitos externos para nos sentirmos bem ou ter delírios de união com o "infinito"? Eu sempre delirei sozinho lolololol

PsiTra said...

O direito à consciência termina quando o cidadão deixa de produzir para a sociedade: no capitalismo deixa de pagar as contas, no comunismo...lol sei lá!

António said...

Pedro,

Não me dispersando com as tuas dispersões, nem com as tuas provocações e misturadas, deixa ver se percebi.

Droga, que definiste como "substâncias externas" (tipo o ar e o seu oxigénio?) são dispensáveis. Quem nao as dispensa é alucinado e doente. E se aceitar tornar-se dependente de um médico e ser discriminado como doente não há mal em receitar-lhe umas doses??!!!

Tudo o que dá problemas psiquiatricos (tipo as paixões e o trabalho, as relações afectivas etc) são drogas? E alucinações, o que é isso? Define estado "normal" de consciência. E é tudo a mesma coisa?

Então se eu consumir heroína, mas nao tiver problemas nem necessidade de psiquiatria, não tenho alucinações??!!!E já agora: não sao os psiquiatras que sao tão famosos por drogar os seus pacientes, substituindo uma adicção por outra? E tantas vezes introduzindo os seus pacientes a adição quimica pesada, muitas vezes só porque eles não querem lidar "sóbrios" com uma desilusão qualquer da vida?

Acho que nessa furia constante que sao as teus julgamentos fazes grandes baralhadas... complicas o que estava simples e analisas de forma simplista o que é complexo.

Pelo menos concordamos que é ridiculo gastar absurdos em combate, que é ineficaz e até contraprocedente.

Quanto á questão que está interligada com esta:então se eu consomir heroína, e mesmo que seja um viciado dependente, mas continuar a produzir para a sociedade, e não chatear os outros com a minha adicção, o estado nao deve interferir com os seus proibicionismos!

Concordo.

PsiTra said...

Tó, o artista das palavras... eu não disse substâncias externas, disse ser dependente de efeitos externos para estar bem (oxigénio é preciso para estar, só lolol)

O objectivo da psiquiatria não é tornar as pessoas dependentes do médico; não é uma seita, como algumas que tu conheces; mas por vezes acontece (por exemplo pessoas que nascem débeis cognitivamente ou como fase transitória do tratamento).

As paixões (deduzo que por outras pessoas) não dão problemas psiquiátricos, mais um jogo de palavras! A pessoa é que pode não conseguir lidar com elas. Agora o que define doença mental é uma questão muito controversa e sem consensos. Posso dar a minha opinião: doença mental é quando a pessoa não consegue fazer coping com o que a rodeia.

Sóbrios é usar drogas???
Se calhar esqueces-te que as pessoas estão desesperadas, a sofrer, os amigos também e buscam ajuda! Não é uma pessoa estar muito bem na sua drogazinha, com tudo a correr bem e chegar lá o médico: internado já! Pára de sonhar meu...


Longe de mim dispersar-te daquilo que queres ver...

abraço

António said...

Jogos de palavras...que remédio! Querias o quê? Algum tipo de comunicação telepática, seja lá o que isso for?

Este também mais um:

"As paixões (deduzo que por outras pessoas) não dão problemas psiquiátricos, mais um jogo de palavras! A pessoa é que pode não conseguir lidar com elas"

"A pessoa é que pode não conseguir lidar com elas"

Não se pode dizer exactamente o mesmo em relação ao consumo de uma ou mais "drogas"?

Ou seja, se viveres bem com o teu consumo esse consumo deve ser objecto de proibição ou nao? E são doença porquê? se conviveres bem com elas, como é o caso de muitos...?

PsiTra said...

lol axo q já disse que sou a favor da liberalização e que consumir drogas não é uma doença...
No entanto podem desencadear doenças psiquiátricas (consumo crónico, pessoas susceptíveis, etc), daí ser necessário o acompanhamento médico; drogas há muitas e todas são diferentes; até a mistura de algumas, o contexto ambiental e a resposta individual varia...

Agora isso do "viver bem" também tem muito que se lhe diga... o que é viver bem com uma droga? Um heroinómano que tenha sempre guita para a comprar vive bem?
E os putos que desenvolvem esquizofrenia com o consumo de canabinóides?
Define viver bem; e já agora define o que é ser saudável, já que o tipo de yôga que promoves reclama que faz "bem à saúde" (só a responder ao teu pedido para definir estado normal de consciência, que naturalmente não existe, mas existem estados saudáveis e estados patológicos...).

António said...

Afinal estamos todos de acordo...

Enfim!

António said...

Acerca das “drogas” X interferência social

Há casos clínicos, há casos problemáticos. Há casos problemáticos para o consumidor, e casos que transbordam muito o consumidor, afectando visivelmente a sociedade.

Creio que o vicio intenso QUASE nunca é positivo para o próprio e acaba por ter resultados negativos para os outros (menos os traficantes e os outros componentes do mercado negro, que também são parte da sociedade!!!!! Há sempre o outro lado…)

Mas ressalvo o QUASE.

E também por isso sou a favor da REGULARIZAÇAO/LEGALIZAÇÂO (e não liberalização) pelo estado. Para garantir mais qualidade e controle dos consumos. Para que haja menos tendência ao vício, para que haja menos problemas de qualidade que causam graves problemas, para que haja menos pressão sobre os consumidores...Para que haja menos viciados. Para que estes sejam menos doentes. Para que haja menos marginalização e crime, que são os maiores problemas da "droga".

Acho que creio que neste ponto da questão não há soluções fáceis (muitos menos definitivas) mas podemos conviver com as drogas de uma forma mais sana. Mais legal. E confiando um pouco mais no discernimento dos consumidores.

António said...

Sobre definições:

Claro que definir as coisas nunca é fácil. A realidade nunca é unívoca. É contraditória e paradoxal. Não há unanimidades. As palavras ajudam a comunicar mas também são limitadas e têm a sua problemática! Por isso os julgamentos sumários e declarações bombásticas costumam ser bem hipócritas…

Mas vou tentar aqui umas definições relacionadas directamente ao tema:

Alimento: algo que contribui para o regular e “médio” funcionamento do sistema pessoal (físico, emocional, mental…)

Veneno: algo que contribui para a perda de capacidades e condições de funcionamento regular desse mesmo sistema

Medicamento: algo que contribui para que um sistema que está a funcionar abaixo da sua média, volte a recuperar esse estado médio.

Droga: generalização relativa a tantas coisas diversas que se pode encaixar em qualquer umas das anteriores e ainda em outras. Por exemplo: algo que sirva para elevar a média do sistema pessoal (físico, emocional, mental…).

António said...

"Valeu a pena a troca? Nao sei....esta feita.....como ja disse no texto nao ha coisas so com beneficios ou desvantagens...."

Não há Ctrl Z!Realmente nunca se sabe bem entre ganhos e perdas...se tás bem agora tudo contribuiu, foi bom. se tás mal, tudo pode ter sido a causa!

Já agora: como sabes que foi a cannabiis qu ete acentuou as tuas tendencias paranoides e persecutorias? Se esse for um dos efeitos tipicos desse consumo tamos perdidos, a avaliar pelas quantidades consumidas!Por outro lado conheço quem nunca provou e é bastante paranoide...Tá tudo F### de qualquer forma! lol

Mary Lamb said...

Experiência própria: usar drogas (qualquer tipo, porque também as vendo) é apenas um escape ou um possível tentativa de aproximação aos outros e de integração em determinados grupos.
Já usei vários tipos de drogas e muito sinceramente? Prefiro resolver os meus conflitos interiores consciente. Andar adormecido e a arrastar-se é o que fazem muitas pessoas que não têm rumo, ou pensam que têm, ou dizem que têm, e no final de contas... Nem se conhecem, não se aceitam, não pedem ajuda e muito menos admitem que não há problema nenhum em pedir essa ajuda.
Isto dava conversa para horas e eu tenho mais dois minutos, antes de tentar vender uma droga aparentemente inócua a quem não tem coragem de acordar para a luz, o amor, a vida ( o que lhe quiserem chamar).
Beijinhos, Tó

P.S. Mudei, porque também estou a mudar por dentro.