20.9.06

Domingo no rio

Baixar o Sella!

No fim-de-semana passado fomos realizar (mais um) projecto antigo: baixar o rio sella em canoa.

O rio sella baixa dos Picos da Europa através de regos e vales que a própria água esculpiu. E continua a esculpir! E desagua em Ribadesella, uma pequena e agradável cidade, que neste momento é bastante notória por ser a cidade natal da actual princesa da Astúrias…

Quando chega a Cangas de Onis, já mais a baixo no vale já está perfeito para ser usufruído até por intrometidos inexperientes como eu, a Joana e o Telmo. O Telmo é um portuga que aqui apareceu há duas semanas, formado em educação física, mas que está aqui a dar aulas de português a luso-descendentes! Um gajo fixe…

Nós apanhamos o Rio um pouco mais abaixo, em Arriondas, uma outra cidade que neste momento tem como actividade principal o turismo rural e principalmente as actividades ligadas ao “piraguismo”. Nesta zona há dezenas de empresas que trabalham muito bem todo este tipo de actividades: piraguismos de vários géneros; quads por trilhos de montanha e rio; treking; escalada, etc. Não é preciso marcar com antecedência, nem fazer qualquer tipo de preparativos. Basta aparecer. Por 23 euros (preço comum) aluga-se uma canoa e todo o material necessário para baixar 16 km de rio! Pode-se começar a partir das 11.00, demora entre 4 a 5 horas, há possibilidade de parar em cafés pelo caminho e até encurtar o percurso em outros “chek-points”. No nosso caso saímos no mais longínquo, que é a recepção mais comum da empresa que contratamos. Aí pegam em nós e devolvem-nos ao ponto de origem (a escola em Arriondas), em apenas 15 minutos. Banho quente e já está!

Turismo de qualidade! Recomendo. Perfeito.

O rio em si, nesta altura do ano tem pouca água e está manso! Ainda assim, o percurso tem cerca de uns 20 rápidos (menos lentos) que dão um pouco mais de emoção! De resto é o que pode imaginar, mas que recomendo ver “in loco”: o prazer da natureza por todos os lados, belas montanhas em volta, peixes a subir o rio um palmo abaixo da canoa, toda a percepção de tempo de que uma obra da envergadura de um rio transmite…e mais!

Conto só um episódio: um casal voltou a canoa em que ia numa zona mais funda e com corrente mais forte. A senhora assustou-se e foi para a margem o melhor que pode. O tipo entrou em pânico ao perceber que não conseguia segurar a canoa e ir ate à berma. Eu e o Telmo remamos para trás e salvamos a situação. E naturalmente ficamos contentes e confiantes. Umas curvas mais adiante resolvemos baixar pelo lado mais vivo do rio, e … viramos! Foi só rir.

Voltarei, provavelmente na primavera, com mais água, e possivelmente mais acima no rio, onde me dizem que tem um saltos mais…“técnicos”!

Entretanto, os próximos episódios prevejo que sejam passados na montanha. Em qual ainda não sei!

A Vida é dura. Tem coisas difíceis. É preciso trabalhar muito para poder usufruir da recompensa: ter tempo e energia ($) para si mesmo! Mas não se pode estar à espera de estar tudo perfeitamente estável, finalizado, pronto. Isso não existe. Há que viver o aqui e agora, e desfrutá-lo o melhor que podermos. Eu vim para as Astúrias pois acho isto um (meu) paraíso natural. E aos poucos o vou usufruindo. Cada vez mais!


E agora vou deitar que dizem que vem aí um furacão vindo do Atlântico…

2 comments:

Jorge Ventura said...

Hombre, es para decirte que es muy bien bajar los rios en Espana , pero los portugueses no los bajam si los "descem..."

So uma implicacaozinha, andas a ser assimilado , o que nao 'e bom nem mau, 'e assim.......olha, ontem dei um passeio de caiaque que me rebentou todo.E esse furacao acabou por nao chegar, sei porque ando atento....
Grande abraco
J

Anonymous said...

épa, em certas coisas até gsotava de ser "assimilado" mais rápido e profundo! rsrs

Ma sno fundo, mesmo não ligando puto a isso, sou portuga e mesmo que quisesse ( e não quero) não iria deixar de sê-lo nunca!