2.1.07

Mal saí e já tenho saudades...

Requiem pela minha querida pátria!

Como já aqui disse antes o conceito de pátria (e de povo e de nação) não me é muito relevante. O que realmente me importa são a minha família e amigos. As pessoas que eu gosto. E Portugal interessa-me nessa medida…Ou seja, muito!

Sinto-me um membro da aldeia global. Filho da globalização que nós mesmos tanto impulsionamos há 500 anos atrás. E gosto disso. Nesta pequena e apertada esfera azul ser Português é cada vez menos relevante. È como ser de Alcobaça. È mais um nome, de uma parte de outra parte. Estamos num mundo onde grandes blocos se fundem e competem. E nessa medida ser Europeu é cada vez mais importante e decisivo, em termos económicos e culturais. Gosto de ser Europeu. E embora seja muito individualista, ser Europeu parece-me cada vez mais interessante, quando comparado com ser português. Portugal tem muito mais importância e viabilidade como membro de uma Europa unida que como um estado “independente”(é para rir) perdido atrás de Espanha. Aliás, como já escrevi antes: Portugal já não é…

Desesperadamente procurando a crise

Considero que vivemos momentos gloriosos. Portugal já foi mais grande no mundo. Mas nunca se lá viveu tão bem. E há maior grandeza que viver bem? Com segurança, comida na mesa, conforto, um nível amplo de cultura…

Ainda assim, e porque o crescimento estancou, e a convergência para os ainda mais ricos desconvergiu, dizemos que estamos em crise! Aliás, em crise diz-se sempre que estamos. Está sempre tudo mal. Ou pelo menos a maioria diz sempre muito mal de tudo e todos! Talvez seja apenas neurose…

Porque é que o crescimento está tão fraco? Porque é que crescemos menos que Espanha, e até que a Irlanda e Grécia? Como vamos enfrentar a concorrência cada vez maior e mais forte da Europa de Leste? E pior ainda: da China e da Índia!?!

Quando os biliões da CEE entravam a jorros e aparentemente sem fim, usamo-los para viver bem. Foi tipo desforra de novos ricos. Engordamos. Mas não usamos para fazer as reformas das estruturas politicas económicas e sociais, que são sempre mais fáceis se não tivermos de as fazer. Na prática acabamos por só mudar quando estamos mal e somos obrigados a isso para sobreviver! E parece que é o que agora se está a passar. Agora que as contas estão prestes a explodir, e o país está tão estagnado que parece andar para trás, vemo-nos na emergência de reformas profundas.

Quais reformas? Nas bocas dos 108 mil teóricos da nossa terra elas são mais que conhecidas: menos e melhor burocracia e aparelho central do estado (com suas regalias sociais); menos segurança social; mais e melhor educação, com mais ênfase na pratica e investigação nas áreas das tecnologias. Uma educação que incorpore o civismo e sentido de bem comum: pagar impostos como dever ético e moral, etc. Menos protecção a empregos “seguros” e mais estímulo à competência. Menos subsídio dependência e mais estímulos e prémios à criatividade e empreendorismo empresarial, cultural e cientifico. Enfim…aquilo que eu já leio e ouço por todo lado há 20 anos. Mas nós aproveitamos os biliões de CE para escapar às reformas, ao invés de usá-los para as promover! E agora estamos à rasca!

E, embora seja um optimista por natureza, não creio que este estado de coisas se possa alterar profundamente. As mudanças são agora ainda mais difíceis e dolorosas. A classe média, essencialmente dependente do estado, não vai suicidar-se. E os empresários “privados”, também subsídio dependentes, não vão mudar de mentalidades de um dia para o outro. E o estado não é independente de toda uma classe média e empresários que o sustentam e elegem. O nosso sistema político tem tendência a formar governos de poder muito partilhado e dividido, e logo fracos. Os cidadãos, agora mal habituados, não têm espírito de grupo nem de sacrifício. Esforçam-se mais para resistir ás reformas do que teriam de fazer para as empreender! E pior ainda: não temos a cultura da criatividade e empreendorismo que é o que realmente enriquece qualquer indivíduo e colectivo.

A tendência é olhar cada um para o seu umbigo. Esperar salvadores e sobretudo ser crítico!

A nossa tendência cultural mais arreigada é a da queixa e da crítica. Critica sem propor soluções. Critica de “chega para lá” e faz tu. Crítica que não constrói. Critica que não é seguida de acção. Critica que culpa os políticos de todos os males, mas nunca se propõe a assumir os cargos e fazer melhor (“tenho mais que fazer com a minha vida”). Critica que culpa os poderosos em geral de toda a incompetência e corrupção, mas que nunca se chega para a frente e resolve criar e construir e fazer melhor... E já se ouvem cada vez mais vozes a pedir grandes lideres, Dons Sebastiões, Salazares (louçãs ou Portas?!) que nos salvem…afinal o exemplo e o dever vêm (e têm de vir?!) de cima. E o “povo”, que se assume como vitima, acha que só tem de seguir e usufruir dos “direitos”!

E eu a pensar que o objectivo seria ter uma população forte, confiante em si mesma, criativa e empreendedora, que não depende-se tanto de líderes que a arrastassem!

Solução? Não tenho.

Não tenho soluções. Por isso não espero grande coisa. Não critico o estado das coisas e tento ver e aproveitar o muito de bom que ainda há. E desejo tudo do melhor possível para Portugal, pois ainda me considero de lá, e tenho lá a maioria das pessoas que mais gosto e dão sentido à minha vida. O que eu possa fazer para ajudar farei, mas assumidamente sem grandes pretensões e sem sentimentos de culpas, minhas ou alheias! Acho que ser empresário na Europa já é um contributo ligeiramente acima da média...

Um elogio à classe (mais) trabalhadora!

Cada vez mais acho que os políticos têm das profissões mais ingratas que existem. Exigem-lhes (sob uma vigilância de lupa) tudo aquilo que ninguém faz e aceita para si. Todos os mais imperfeitos lhes cobram uma total perfeição. E mais: nunca podem ganhar até anos depois de estarem fora do seu exercício de poder (“até nem era assim tão mau”). Até lá, tudo o que fazem está mal. Está mal se fazem, se não fazem, o que fazem, como fazem…Sujeitam-se a uma exposição quase total, e a vexames e acusações brutais inclusive daqueles que os elegeram, só porque estão lá. O povinho precisa de bodes expiatórios para os seus próprios problemas…

Vejo nos políticos um espelho da sociedade, da qual emanam e fazem parte. Na realidade, um espelho que até reflecte os melhor da sociedade. Sim, o melhor! Porque, em média, os políticos, são mais esforçados, estudiosos, trabalhadores, honestos, empreendedores, empenhados, criativos, corajosos e competentes que a média dos cidadãos que os elegem.

Basta olhar para estes nomes: Mário Soares, Cavaco Silva, Durão Barroso, Marcelo Rebelo de Sousa, Freitas do Amaral, Paulo Portas, Álvaro Cunhal, António Vitorino, Sócrates, só para dar alguns dos nomes mais conhecidos. Não estaríamos mal se todos tivessem o nível de dedicação, competência e dinamismo desses nomes...digo eu!

21 comments:

PsiTra said...

Boa análise. Incisiva, criativa, provocadora.

Só é pena cair no mesmo erro que tão inteligentemente aponta.

António said...

Não m equeixei...mas criticar está no meu sangue! urghhhhh

De facto não tenho soluções. pelo menos admito-o. E também não vivo à conta de subsídios, nem ando a apontar culpas e bodes expiatórios. Até faço alguns elogios!

E tu, tens alguma solução, principalmente alguma que estejas pronto a implementar tu mesmo?

PsiTra said...

A solução está mesmo aí à porta. Fim dos subsídios da UE e morte do pessoal que cresceu na Ditadura.
Daqui 10 anos Portugal vai estar pelo menos ao nível da Espanha.

António said...

Assim o espero (o nivel, não as mortes)

António said...

P.S.

mas em Espanha também houve uma ditadura, ainda mais brutal e absoluta. E também houve subsídios...

Parece-me que nao é por aí.

mas a questão qu efica por responder é:

E tu, tens alguma solução, principalmente alguma que estejas pronto a implementar tu mesmo?

PsiTra said...

Salazar rejeitou Plano Marshall
Franco aceitou
Salazar queria um país atrasado
Franco um país desenvolvido
Transição para democracia foi revolução em Portugal
Em Espanha não.

Não percebo a pergunta: tenho que contribuir para o governo do país para que as coisas melhorem??? Nessa lógica isto virava um país só de líderes... :S

Acho que às vezes te perdes a fazer aquilo que mais criticas: criticar.

Um abraço.

António said...

Que Portugal tivesse uma "revolução" e que Espanha não é uma questão de semântica...

Que Franco queria um pais evoluido e Franco uma Espanha avançada parece-me discutivel, mas vou meditar mais nisso. Acho que seria mais interessante averiguar os problemas causados pela guerra colonial, que a Espanha também teve mas de uma forma muito menos intensa..

Defacto muitas vezes me contradigo. Mas neste caso não. Até porque nem te critiquei.

Só te fiz uma pergunta, as quais tu tanto prezas, mas ás quais sempre foges, principalmente quando se viram para ti.

E até poderias dizer que te ias esforçar para ser um bom médico , mais esforçado, competente e sério que a média. Já seria algo de construtivo.

Quem me dera que o país tivesse um povo mai sforte que precisa-se de menos lideres...

Bem hajas

PsiTra said...

Enfim...

O Tó cabeçudo de sempre.

Acho que a resposta à tua pergunta é clara e já está implícita mas como precisas das letras todas:

Não considero que para o país se desenvolver mais seja necessário eu ir para a política e nem tenho aspirações a tal, tal como muitos dos que lá estão não têm aspirações a ser médico. No entanto, espero que cumpram bem as suas funções, tal como eles esperam ser bem tratados no hospital.

Assim reservo-me o direito de criticar e ter opinião sobre a politica e ter a minha visão limitada sobre ela, como a têm os leigos da medicina. Assim:

Considero que a classe política portuguesa é muito fraca e concordo contigo quando dizes que é um espelho da sociedade, mas um espelho invertido pois a mim parece-me que os que têm apetência para esses cargos geralmente são os mais fuinhas e corruptos, como um dos nomes que apontaste: Mário Soares.

Para além disso, apontar os nomes de topo e bem sucedidos não é exemplo da classe toda, pelo contrário. Salazar foi um óptimo político, brilhante às vezes, mas não deixava de ser suportado por uma burocracia completamente arcaica. Ou se calhar os deputados portugueses não têm o recorde de abstencionismo ao trabalho...

Sim, é verdade que os Portugueses criticam muito e fazem pouco mas não em relação à política. Qualquer sociedade o faz, é um processo natural da vida democrática. O que se lhes pode apontar é criticarem o seu ambiente de trabalho, a sua àrea e nada fazerem para o melhorarem. E aí sim, espero não vir a ser como a maioria.

Fica aqui o apelo a que o faças também.

Abraço.

António said...

Ora muito bem, uma resposta. E boa!

1- Ninguém te quer tirar ou limitar o direito à critica. Longe de mim. Aliás, nem sequer implantar algum dever correspondente do tipo: "Antes de me criticar, tente me superar"

2- Sobre o qu eéa politica e sobre a avaliação da nossa classe politica divergimos um pouco.

Eu acho qu eum pais nao deve esperar nem ir areboqu eda classe politica e sim a sociedade, o "povo" deve encarar com amis empenho e seriedade o seu proprio papel politico, tornam-se mais relevante para os estado das coisas.

Sobre os politicos me causa, e sabendo que o Mario Soares está muito longe de ser perfeito (como tu e eu) ele é dos meus preferidos. Lutou sempre por uma sociedade plural e democrática, já desded os tempos da ditadura, com raizes na democracial ocidental, com fortes ligações á europa e estados unidos. Abriu o pais levando-nos á UE, contribuiu de forma decisiva para evitar maior influência comunista no pós revolução, e teve de lidar no governos com alguns dos mais complicados problemas que Portugal enfrentou no ultimo século: bancarrouta e descolonização.

Fez muito mais que eu alguma vez farei pelo nosso cantinho á beira mar plantado.

3- Quanto ao qu etu e eu estamos dispostos a fazer: concordo contigo. tento fazer ligeiramente melhor qu ea média. E olha que não me está a ser fácil.

Abraço

PsiTra said...

Mas como é que a sociedade toma mais intervenção na política? Uma ideia fixe foi a plataforma do Manuel ALegre mas tanto quanto sei está em àguas de bacalhau.
Gostava de ouvir a tua opinião...

Eu não tenho muito mais tempo para a política que colocar o meu voto na urna (e se toda gente o fizesse já não era mau) e espero que os que vão para o poder façam um trabalho minimamente decente e digam o mínimo de verdade, mas as pessoas não estão para isso e esta maneira portuguesa de escamotear as coisas não ajuda nada. Por exemplo, se o Sócrates tivesse dito que ía fazer o que tem estado a fazer eu tinha votado nele. Não votei nele porque ele disse que ía fazer tudo ao contrário! No entanto, se tivesse dito a verdade em pelo menos uma ou duas coisas não tinha sido eleito...

Quanto ao Soares na minha opinião ele foi um dos responsáveis pela tristeza de descolonização que tivemos e as suas ligações ao tráfego de diamantes de Angola (mais o resto da família) só dão mais suporte ao que penso. É claro que, se calhar, nunca vamos saber o que se passou mesmo mas de acordo com o que sei, ele (e mais uns quantos) são responsáveis pelas guerras civis em África que custaram milhares de vidas e, indirectamente pela bancarrota.
Mas tens razão quando dizes que ele esteve bem nos anos 80 e fez bastante pelo país, mas na balança não sei se compensa.

António said...

1- Para mim politica tem o sentido de intervenção da gestão na Polis, na cidade, na sociedade.

Ora, todos estamos indelevelmente integrados na sociedade, e somos por ela influenciados e condicionados, da mesma forma que condicionamos e influenciamos , mesmo que na pequena medida do nosso tamanho individual

Nesse sentido, qualquer coisa que tu faças (ou não faças) tem um expressão politica. A Politica partidária, feita pelos “políticos” profissionais que gerem (ou se propões gerir) o Estado, através de leis com poder coercivo, é apenas uma parte da politica de um país. Os privados, instituições e indivíduos também têm um papel a desempenhar. E é esse papel que eu julgo que pode e deve ser mais activo e liderante, e não ficar à espera da iniciativa e solução dos políticos profissionais dos partidos. Se és criativo e empreendedor, em qualquer área, estás a dar o contributo que Portugal mais precisa para crescer e melhorar a todos os níveis. SE vives do Estado … pelo menos que sejas um profissional excelente, pois a maioria nem isso é.

Podes ainda entrar num dos partidos existente e ser melhor que os que lá estão. E podes ainda formar o teu próprio partido. Muitos dos que lá estão também eram ou são médicos e advogados, e encontraram tempo, porque lhes interessava. Eu era capaz de votar em ti (apesar das tuas tendências ditatoriais...rsrsrrs)!

2- A guerra colonial e descolonização (tão tardia) são dois dos factos que me parecem pesar ainda na nossa situação actual. E os intervenientes no processo de descolonização não são nem de perto os maiores responsáveis nem por uma coisa nem outra.

A guerra é responsabilidade primeira do Salazar e seu regime, assim como dos EUA e URSS que desde a 2ª gm apoiaram e fomentaram grupos de guerrilha por todo mundo, inclusive nas nossa colónias, o que depois da nossa saída ainda se agravou mais. Terceiros e principais responsáveis da situação actual são os gajos que lá vivem e que fazem a guerra, nomeadamente as oligarquias cabecilhas dos bandos... O Mário Soares terá as suas culpas e nódoas, mas não a da guerra...


3- Deixo mais um facto para pensar: a sociedade civil portuguesa é tradicionalmente tão inerte, que não extinguiu o regime ditatorial com a morte de Salazar, e foram precisos muitos mais anos de guerra e mortos para as próprias forças armadas fazerem a revolução de Abril , que depois apelidaram de “popular”…

PsiTra said...

1) Ou seja, o que tenho estado a dizer, quem não se quer meter na política pouco tem a fazer senão falar dela ocasionalmente no café e ir fazendo a sua obrigação.

Quanto a entrar num partido ou formar um novo não tenho a mínima vontade de o fazer agora, há muitas outras coisas que considero prioritárias, para mim.
Para além disso, duvido que tivesse muitas chances de ser eleito, mesmo com o teu generoso voto :P

2) eu não falei da guerra. Quem fez a descolonização não teve nada a ver com a guerra, pelo menos a altos níveis.
Por outro lado, se tivesse sido feita de modo a possibilitar a estadia dos quadros qualificados brancos pelo menos Moçambique tinha sido poupada à guerra civil. Mas o Soares queria era que aquilo fosse independente rapidamente para pôr as unhas nos diamantes.

3)é engraçado dizeres isso pois dá-me razão quando digo que Portugal tem uma escassez crónica a nível de liderança. Por exemplo, Botelho Moniz teve tudo na mão para derrubar Salazar. E o que é que ele fez? Avisou-o que o ía derrubar e depois foi de fim-de-semana para o Algarve! :S
Escusado será dizer que o golpe fracassou na semana seguinte, apesar do envolvimento da embaixada dos EUA...

António said...

1- É precisamente o contrário. Tudo é politico! Por isso, se tu fazes algo de criativo e empreendedor está a fazer algo politico em prol de Portugal. Por exemplo: abrir uma empresa, criar empregos, descobrir algo, ser um artista inovador...

3- Esse tal de Botelho Moniz desconhecia...
Mas concluo o mesmo mas pelo lado ocntrário. Há falta de liderança, mas é da "sociedade civil", do povo...

PsiTra said...

1) a tua capacidade de inventar novas definições para satisfazer as tuas necessidades no debate nunca pára de me espantar lolol

2) Foi um general da geração NATO e o seu "golpe" ocorreu em 1961, se não me engano. Foi uma oportunidade brutal desperdiçada, ainda mais que a do Humberto Delgado e com muito mais hipóteses de derrubar Salazar e instalar a democracia.
Vê também o artigo da wikipedia sobre o "milagre económico espanhol" durante tempo de Franco:
http://en.wikipedia.org/wiki/Spanish_miracle

António said...

1- Eu não inventei nenhuma definição...Esse é o sentido original e mais amplo de palavra e conceito "politica". As pessoas é que gostam de restringi-lo para poderem escamotear e justificar a sua inercia e culpar os "outros" (os mais poderosos)do estado das coisas...

2- Não penses que tenho uma visão diabólica do Salazar. Até à 2ª geurra mundila o seu papel foi positivo. Depois...só bosta!

E a pior de todas as bostas foi a guerra colonial cujos efeitos ainda se manifestam hoje.

Nos anos 60 e 70 houve um boom economico a nivel mundial (ocidental, até à primeira crise do petroleo. Não foi só em Espanha. Foi também na Alemanha, na França e até em Portugal! Só que em Portugal foi menor pois começamos a gastar recursos nas guerras coloniais (que já não faziam sentido). Na tentativa desesperada de lá ter uma presença (que antes nunca existiu) o regime mandou construir umas estradecas, pontres e barrageM (que nunca deram proveitos) e montou alguma estrutura burocrática para tentar fazer ver que ali existi aestado português (e mais tarde também para dar apoio á guerra). Conclusão, quando era mais necessário $ e braços para trabalhar na expansão industrial em Portugal mandavamos homens para as colónias, para a guerra, e, para fugir da guerra, também para a frança, alemanha e Canadá...

Em Portugal nessa época vivia-se pobre, mas nem havi adesemprego! Havi afalta de empregados!

Ajuda-mos na expansão industrial dos demais...

Mas não penses qu eem Espanha eram muito ricos. Tanto que, ali, não havia guerra, e mesmo assim também havi amuita emigração parecida com a nossa...

A nossa guerra colonial foi uma caus anefasta par ao nosso desenvolvimento, mas as causas da nossa actual diferença para Espanha há que procurá-la em outro factores, penso eu de que...

PsiTra said...

Acho que já me perdi em relação ao tópico; só para rematar:

1)acho que os portugueses só trabalham bem quando são motivados para isso a partir de cima; caso contrário corrupção e salve-se quem puder é ordem do dia. Considero isso um factor cultural próprio da etnia europeia deste canto da Península Ibérica (absolutamente distinto dos povos anglo-saxónicos, por exemplo)e que se espalhou pelas regiões onde espalhámos a nossa cultura.

2) o milagre económico espanhol começou na década de 50. As guerras começaram depois.
Em Portugal não houve pois Salazar não quis aderir a essa industrialização deliberadamente (recusou plano Marshal, por exemplo) pois um povo ignorante é muito mais fácil de controlar. A única oposição séria vinha das forças armadas que tinham contacto através da NATO com a democracia EUA (Humberto Delgado, Botelho Moniz, Spínola?, 25 Abril).

Abraço

António said...

Também não me lembro muito bem as origens da troca de ideias, mas posos dizer que neste ponto da conversa concordamos plenamente.

É um bom remate.

Abraço

PsiTra said...

lolol o emigrante está de volta com o seu pseudo-estilo :P

Lê o livro Kennedy e Salazar, tens lá todas as provas das ligações dos EUA ao Portugal pré 25/4.

António said...

Pois é,

Esses dados são assutadores!

E eu que não deixo de olhar para os romenos com os olhos do desprezo , genericamente vendo-os como ciganos...como nos verão a nós os espanhóis, ingleses ou os...romenos?

P.S. Diria mesmo mais: o mundo está cada vez mais assutador!

Anonymous said...

eu já nem sei o qu egosto equero....

aqui em espanha não têm as manias da superioridade. São ocmo os portugas. Queixam.se de tudo. Está tudo mal, os culpados sao os outros...rsrsrrs

PsiTra said...

lol vou permitir-lhe essa fuga cobarde deixando-o escapar-se com a desculpa de que pensava que estávamos a falar do MFA.
Na verdade sempre falei das ligações EUA ao Portugal pré 25 Abril, pois os EUA tudo indica que foram completamente apanhados de surpresa em 1974.
Talvez vossa excelência esteja a referir-se a um tópico ficcional no blog da teoria da conspiração?
em todo o caso compreendo as suas limitações e não lhe levarei a mal.

um abraço platónico-vitoriano