13.4.08

Asturias: paraíso natural



Gijón, cidade desportiva
(o Paraíso natural, as beneces de governos de esquerda, etc)

É impressionante a quantidade de equipamentos e opções desportivas que esta cidade oferece.

Hoje de manhã fui levado pro uma amiga a conhecer o
“Grupo” Covadonga, que é quase omnipresente na cidade. Tem 37 000 sócios numa cidade de 300 000 (pouco mais que o dobro de Coimbra ou Braga em população, mas num espaço mais concentrado). Familias inteiras são sócias. E não tem futebol! De 11. Dizem que é o maior e melhor clube desportivo e cultural de España. E agora que o vi só posso dizer uma coisa: é o maior e melhor que já vi. Tem duas piscinas, uma de 25 e outra olimpica, mais outras duas mais pequenas no exterior para o verão. Tem equipamentos para quase todos os desportos que existem, incluindo alguns que eu nem sabiam existiram. Tem duas salas com “bulder”, ou seja, paredes de escalada. Só o ginásio de musculação tem dois pisos e cada um é maior que muitas piscinas que eu conheço. Inauguraram recentemente um mega complexo dentro do complexo que inclui desde um mega salão de ginástica olimpica, e até sala para yôga. E uma mega Spa, pois claro, que isso está super na moda. Tem vários parques infantis incluidos. Tem clubes de xadrês e bridge. Tem salas para os estudantes se encontrarem a estudar. Tem cafetaria, restaurante normal e até sidreria, os restaurantes tipicos da região, por forma a que não só os desportistas tenham entertenimento, mas também toda a familia. E em España comer é essencial. Como diriam os espanhóis é uma “barbaridad.”

E o mais incrivel é que isto é apenas uma pequena parte dos equipamentso desportivos e de lazer da cidade. Mesmo ao lado tem um clube, também privado, de hipismo. E outro clube municipal de atletismo, com direito a estádio próprio. E pelo meio tem um clube de piraguismo que aproveita o rio Piles que passa pelo local.

Do outro lado da cidade, o lado que em tempos foi “obreiro” e pobre, tem o outro grande clube desportivo da cidade, também privado. O Clube Santa Olaya. Este tem tradição sobretudo na natação, e talvez por isso também conte com duas piscinas, uma de 25 e outra de 50, olimpica, onde recentemente se celebraram os campeonatos de natação de España. Mas este clube, também com dezenas de milhares de sócios, tem muitas outras actividades desportivas e de lazer, desdes as mais ocnhecidas aéróbicas até ao yôga, claro.

Estes são os dois clubes principais e privados da cidade. Depois há uma quantidade imensa de ginásios espalhados por toda a cidade, mais ou menos grandes, onde se practica de tudo e mais alguma coisa, desde dança a artes marciais, mas que vivem um pouco pior por terem de competir com estas mega instalações e os seus preços baixissímos. Sim porque neste clubes para entrar é preciso ser sócio, esperar vaga por cerca de um ano e pagar cerca de 1000 euros. Mas depois de estar dentro é quase tudo semi gratuito. Cerca de 12 a 15 euros mensais pela maioria das actividades e outro tanto por algumas actividades à parte, como o yôga por exemplo!

12 euros por mês é o que custa o yôga em algum dos 4 centros municipais da cidade, que aliás contam com optimas instalações que permitem aceder a outras actividades mais ou menos pelo mesmo preço. E sim, cada um destes 4 centros municipais, cada um em seu bairro, têm gimnodesportivos polivalentes e piscina de 25 metros, sauna, etc. E pode marcar-se hora na sauna e quase todo lado da cidade, bastando para isso utilizar a “tarjeta ciudadana” num dos muitos pontos electónicos espalhados em rede por toda a cidade, onde aliás também se pode obter bicicletas gratuitas para passear! E a cidade é plana, pelo que a bicicleta ou os patins são meios de locomoção efectivos.

É curioso observar que 75% dos meus alunos são sócios do “Grupo” ou do Clube Santa Olaya, clubes afamados e onde há yôga. Mas vêm há escola pagar cerca de 4 a 5 vezes mais. É um elogio que me fazem. No entanto faz-me pensar no que se passa quando há tanta oferta de serviços sociais, neste caso numa mistura curiosa de publico e privado (e o privado na España, tal como em Portugal, se é grande e influente, recebe muitos fundos publicos). Há yôga por quase todo lado. Além da minha escola existem mais 5, só de yôga (e “afins”). Fora os professores que dão classes nas suas casas, ou em escolas de dança e ginásios, nomeadamente nos dois mega clubes da cidade. Existe yôga semi gratuito nos 4 centros municipais... Para os cidadãos é optimo! Para os profissionais, obrigados a trabalhar a preços baixos, é mau, e faz com que poucos se possam dedicar sériamente ao Yôga, em exclusivo, investindo me formação continua, etc. E isso acaba pro afectar aos usuários. Mas vendo bem as coisas, do ponto de vista geral dos cidadãos, que pouco querem saber de yôga como filosofia, é fantástico.

Isto não é de Espanha, nem se quer da região, pois Oviedo, a meros 20 minutos e considerada uma das cidades da Europa com melhor qualidade de Vida, não tem nem metade destes serviços, nem em quantidade, nem em preço, nem e qualidade. isto é um caso sui generis de Gijón, que parece colher o melhor de uma gestão autarquica de esquerda que aqui reina desde sempre. Gestão politica de esquerda e atitude associativista e reivindicativa do sector privado. A esquerda democrática em países ricos dá nisto! Neste caso, pelo menos. Tenho de convir que, embora como agente económico privado tudo isto seja terrivel para mim, como cidadão de Gijón é uma...“barbaridad”. E o mais curioso de tudo é que nada disto é considerado excepcional ou sequer “bom” pelos utentes. É apenas o “básico”, e ainda assim sentem que estão sempre a ser explorados em tudo, estão sempre a apontar defeitos a tudo, a reclamar e queixar-se de tudo apesar de a esmagadora maioria nem sequer aproveitar 10% do que tem.

Mas não se pense que chegamos sequer a metade da oferta desportiva e de lazer da cidade. Por exemplo, tem o Rocodramo, que é o verdadeiro paraíso para os muitíssimos adeptos da escalada que há nestas bandas. Só um rocodramo? Não. Além deste pricipal (e dos dois que existem dentro do “Grupo”) há muitos adeptos insatisfeitos com a falta de disponibilidade de horários ou simples ganancia por maior grau dificuldade, pelo que há umas 4 ou 5 garajens onde montaram “bulders” privados, para os amigos, nomeadamente um onde eu vou uma ou duas vezes por semana com um aluno meu, aqui bem no centro da cidade. Ora, se pensarmos que no raio de 1 hora há dezenas de locais de optima qualidade para escalada desportiva, temos de convir que não está mal.

Também a menos de 1 hora há duas pistas razoávéis para a practica de desportos de neve: Ski e Snowboard.

Mas há muito mais.

Estão neste momento a aterminar a construção de um enorme centro de talassoterapia, que ainda não funciona e até já ganhou prémios arquitectónicos. Mas como um centro enorme deve ser pouco já estão a preparar-se para construir outro do outro lado da cidade!

E Spa`s há varias em vários hotéis em volta da cidade, como uma que a Joana foi provar há cerca de duas semanas.

Num desses hotéis com Spa tem o campo de golf da cidade...

E ainda há o Clube de Regatas por exemplo, que além de aproveitar o porto desportivo e o mar para as suas actividade tem umas belas instalações mesmo no cento, em Cimadevilla, debruçado sobre o mar e com a sua própria piscina privativa! Mais uma. Há umas 12, pelo menos! Numa cidade voltada para o mar, com 4 praias...

Há também o Palácio de deportes, gimnodesportivo principal onde entre outras actividades labora o Basquetebol, que é uma das 10 melhores equipas do basquetebol espanhol, o que não é mau, sabendo o nivel que o basquetebol tem por aqui.

Com isto tudo quase me esqueço de referir o clube de Futebol local, o Sporting de Gijón, onde há muitos anos esteve o Gomes (do Porto), e que já esteve na primeira Liga e até ia à Europa. Mas aqui os Governos locais não lhe dão tanto $ como em outras partes e agora apenas tenta permanecer na segunda Liga. Mas continua a ter uma boa e fiel claque. E até vai ter o seu estádio reconstruido!

E para além de todos os clubes de tudo e mais alguma coisa, Gijón tem, acima de tudo , um entorno natural absolutamente paradisiaco para desportistas. E absolutamente arranjado e preparado para ser aproveitado gratuitamente.

Tem o mar no centro da cidade, e tudo o que o mar permite, desde travessias a nado entre praias até windsurf. Tem um calçadão maritimo que atravessa toda a cidade à beira mar, de cerca de 6 Km de extensão (só na parte relativa à cidade), e que está sempre cheio, principalmente ao fim de semana, onde muitos aproveitam para fazer o seu passeio higiénico, a pé, de bicicleta ou de patins. Tem 3 jardins enormes de onde partem, se encontrem e entrecruzam “rutas” para desportistas, seja ciclismo, atletismo ou mera caminhada. E sobretudo tem centenas de Km de praias, rios e montanhas onde se practicam quase todos os desportos chamados “naturais” ou de “aventura”, desde surf à escalada, senderismo, piraguismo, espeliologia, quads e motrocrosse, etc.

A cidade nem é muito bonita. Estão agora a tratar das fachadas da marginal e vão reconstruir todo o centro que vai ficar modernissímo. Mas dificilmente alguma vez terá o encanto de uma Donostia ou outras cidades romanticas à beira mar. Mas é uma cidade super agradável para se viver. E nomeadamente a nível desportivo, para quem gosta. E quem não gosta também pode aproveitar a praia e os jardins para fazer o seu desporto de acopanhar o cão (diz-se que 70% das casas têm cães) nas suas 2 ou 3 cagadas diárias. E o melhor é que até apanham a caca. E o que não apanham os serviços autarquicos acabam por limpar. Até parece um país civilizado. Parece mesmo um paraíso! Para quem sabe aproveitar e valorizar é.

2 comments:

Cidrais said...

Muito bem senhor Tó, convenceste-me...

PsiTra said...

Lol eu concordo com o cidrais, e um folheto turistico muito bom :P
nao fosse o facto de ja ter estado ai e saber que o que escreves e bem verdade (e nem tive oportunidade de ver 1/100 do que escreveste). Aproveita enquanto dura ;) um grande abraco aqui de pavia.