17.6.05

Panorâmica São Paulo II

Panorâmica II

Os edifícios residênciais não são também comerciais. São todos cercados por gradeamentos e pelo menos um segurança na porta.
Pelo meio do numero cada vez maior de prédios com mais de 15 andares sobrevivem alguns casebres antigos (mais de 40 anos é antiguidade!), que são belas lojas ou restaurantes nas boas zonas, ou botecos feios e sujos nas outras.
Passear pelas ruas é uma experiência diferente de na Europa. Pelo menos em São Paulo a impressão principal não é a de baleza. Mas também não é de todo desagradável. Antes pelo contrário.
A arquitectura dos novos prédios é boa. A renovação dos casebres antigos ainda melhor. Nesse aspecto aqui há beleza. Arquitectura e design de interiores há aqui de óptimo nível.
Aqui há de tudo, menos história e antiguidade. Pelo menos para os nossos padrões temporais.
Culturalmente deve ser do melhor que existe no mundo. Há de tudo e do melhor. É só saber onde procurar. E ter dinheiro!
A esmagadora maioria da população é pobre ou miserável e luta pela sobrevivência mais básica.
Há alguma classe média, com bom nível cultural e de qualidade de vida. E depois há os realmente ricos que vivem num mundo quase á parte. Isolado e até paranóico em termos de segurança.
Há uma força de trabalho disponível gigantesca . E há também inteligência para a usar e gerir.
Talvez devido ao clima quente e a falta de tradições condicionantes aqui parece haver mais energia. Quase se sente no ar, uma vibração...
Se não fosse estar no hémisfério Sul (e ser ex-colonia portuguesa) diria que o Brasil seria a próxima grande potência mundial. Mas realmente aqui há genes de desorganização e corrupção num nivel profundo e básico. Falta educação num espectro social mais amplo. A insegurança e violência são omnipresentes... Ainda assim já deve estar entre as 10 principais potencias do mundo, e com tendência para crescer cada vez mais.
É outro mundo. Muito maior que Portugal. Mais enérgico. Mais disponível. Mais novo. Mais forte.
Mas ainda prefiro a Europa.
António

1 comment:

António said...

Oi man

Essas relações sui generis de colonialismo são verdadeiras...

Acho que foi durante o Salazarismo que também ouve alguém a propor levar o centro do império para Angola.

Isso já diz alguma coisa sobre o colonialismo português...Nomeadamente a falta de potência da pátria mãe. Já na altura!

Mas o maior gene deixado foi a língua. O melhor e mais importante dos patrimonios. E também um dos mais condicionantes. Neste caso, tendo em conta que foi o inglês e o seu mundo que se impuseram no mundo, é um condicionante negativo.

Ma sainda há muita coisa boa no Brasil, e na herança portuguesa. Sem culpas