continuaçao
Este tipo de regime é pouco dado a radicalismo. O seu fundamento e sucesso é o equilíbrio da mediania.
Nem demais nem de menos. Nem grandes paixões nem grandes ódios. Nem demasiado lento nem demasiado rápido. Pequenas perdas e ganhos. Liberdades limitadas pelas outras. Os opostos compensam-se e anulam as pretensões excessivamente conservadoras ou revolucionárias (ora a esquerda ora a direita, conforme a situação relativa de que se parte).
Nesta gestão (politica) das coisas dispensam-se absolutos. Dispensam-se o total em prol da maioria. Dispensam-se as utopias e perfeição que nunca o são. Dispensam-se os idealismos do passado e do futuro em prol do realismo do presente.
As coisas (como as verdades, por exemplo) nunca são absolutamente puras. São sempre compromissos fruto de concessão das várias partes que à maioria garantem e à maioria limitam. Procuram-se encontros das diferenças. Consensos, nunca totais, mas que permitem acordo da maior parte e ainda algum espaço de manobra para as minorias.
Nas negociações, mais do que força bruta inequívoca, a arma principal e mais usual é a diplomacia. Diplomacia que pouco se expõe. Raramente se compromete ao ponto de não poder voltar atrás. Que usa o indefinido, a sombra, o bluff e o silêncio. Muito mais do que qualquer espectáculo barulhento e exibicionista. E, pelo que se constacta, a diplomacia é tão autêntica, necessária, real e eficaz como a força violenta e espectacular. Felizmente é mais. E por isso é mais usual. Porque na vida o mais eficiente prevalece.
Não agrada e satisfaz totalmente a ninguém, mas permite que a grande maioria se acomode nas facilidades que o sucesso produz e quase tudo se possa expressar e escolher, embora nada tenha grande importância e destaque.
Visto assim não tem a chama e o charme de um qualquer fundamentalismo sectário. Mas qualquer democracia pluralista ocidental, cheia de “imperfeições”, é muito melhor que qualquer Castrismo carismático, seja ele de direita ou de esquerda…seja ele militar ou civil…
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