Politicamente correcto
Politicamente Incorrecto
Os grandes lideres são aqueles que fizeram menos cedências. Apostaram num radicalismo corajoso que os impõe no poder e lhes permite grandes liberdades.
Liberdades para fazer o que querem, como querem. Para fazerem coisas impressionantes que deixam marcas registadas (tendo como contraponto sacrifícios imensos de muitos outros). Liberdade, sobretudo, para procurar manter e expandir o seu o seu poder o máximo possível.
O maior compromisso são as suas convicções, que são também a sua ambição. A sua auto-realização é a sua maior obra. São eles mesmos.
Por isto quase todos os homens têm este sonho, mesmo que na maioria não seja assumido. Um ímpeto latente de descambar num qualquer extremismo que os coloque no topo. Admirado e respeitado (temido) pelos homens. Desejado pelas mulheres…coisa típica dos egos! Mas raramente há coragem para tanto. Os mesmos homens que sonham destacar-se estão absolutamente presos na mediania.
E é precisamente a falta de coragem e o medo das maiorias que dá apoio e força aos radicais. A sua “clareza” de convicções aparece como transparência e autenticidade. Aos dúbios e incertos aparece como verdade. Uma verdade que sempre se anuncia com grande força. A força das convicções (crenças). E essa “força da verdade” é sentida como segurança e seguida, pelos fracos.
Mesmo os radicais mais bem sucedidos não têm poder absoluto. A sua liberdade não é total.
Acção tem reacção. Cada coisa contém em si o seu oposto. É Karma.
Mesmo os mais poderosos nunca dominam totalmente nada. E jamais podem fazer tudo o que querem. Sempre dão o “flanco”. Sempre se expõem. Por isso é preciso a coragem…E no fim morrem e deixam o mundo na mesma!
Mesmo os extremistas a quem o risco foi compensado só têm poder pelas uniões que fazem, porque sozinho ninguém é relevante. São as alianças que criam poder efectivo. E as alianças implicam compromissos. Compromissos que exigem negociações. Negociações que raramente são “claras” e convictas…Negociações onde se compromete e se concede. Politica.
Mesmo aqueles fundamentalistas que supostamente se mantêm mais puros e fieis a si mesmos e ás suas convicções (que anunciadas aos outros os influenciam sob a forma de doutrinas), vistos à lupa mostram-se tão incoerentes e hipócritas, tão cheios de idiossincrasias, como qualquer outro.
É elucidativo olhar para os nossos cenários políticos.
Quem se pode dar ao luxo de apregoar absolutos utópicos, ou aliciar os outros com evoluções forçadas e radicais?
R: Qualquer insatisfeito e ou manipulador de insatisfeitos… Qualquer um que não tenha poder efectivo. Que não esteja no poder efectivo da governação. Pois só assim é livre de poder tudo. Livre de ser provado. Comprovado pela tentativa de ser o que afirma. Livre por ser irresponsável. Não tem que responder porque nada concretizam. São só anúncios de liberdades totais e promessas de solução final de todos os problemas. Criticar é fácil para quem não está no poder. E necessário para quem o deseja para si. Tirar os outros do trono e subir para lá…
O radical é o sectário por excelência. O sectário que se sente incompreendido quando lho apontam. O sectário muito próximo daquilo que diz combater, mas que acha essas semelhanças inaceitáveis e ofensivas. O sectário que se anuncia por todos apesar da sua força ser contra a maioria. O sectário que tem a capacidade de ignorar e ofuscar completamente as suas contradições.
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