26.6.09

O Portugal dos pequeninos...

Acho que daqui a uns meses, nas eleições legislativas, se for votar, provavelmente vou votar no partido que está no governo. Acima de tudo para ser nos que lá estão! Se fosse o PSD a estar lá provavelmente votava no PSD…Vou votar na manutenção!

Como bons portugas que somos, sempre queixosos, tão queixosos como impotentes (dizer cobardes seria ainda pior) agora como sempre, na maioria, alinhamos pelo discurso negativo que nos caracteriza: está tudo mal, pior que nunca, os políticos são todos uma merda, uns malandros, uns incompetentes, fora com os políticos, as politicas definidas pelos políticos são más, são péssimas, e vou votar em quem me prometer fazer o contrário… Que me lembre os políticos da oposição dizem sempre ser contra tudo o que o governo disser que é a favor e depois chegam lá e fazem mais ou menos o mesmo, até porque boa parte das politicas já estão pré determinadas e condicionadas pelo quadro internacional e sobretudo Europeu, definido em Bruxelas pelo parlamento, esse que 62% dos eleitores não esteve para se incomodar em ir eleger. Outra coisa que todos dizem é que vão descer os impostos. E os portugueses, na sua maioria, são burros, e acreditam. Merecemos. Agora o que está a dar é dizer que se é contra o novo aeroporto e contra o TGV. O PSD nem é contra essa obras, nunca foi, mas como está na oposição agora faz que é, pelo menos até as eleições…O PSD nem é contra a avaliação dos professores, mas como está na oposição diz que é, claro. E se é difícil discordar da decisão politica podemos sempre criticar a “forma” e dizer que o governo é arrogante e não sabe dialogar! O mais engraçado é ver pessoas brutalmente arrogantes e sem capacidade de dialogo a dizer isso... Qualquer mudança que mexa alguma coisita me Portugal exige 20 ou mais anos de avanços e recuos, vários estudos, vários governos, até se tornar inevitável!

O novo aeroporto acredito que seja necessário, afinal, já se fala em construí-lo há cerca de 20 anos, e o tráfego aéreo só tende a aumentar muito mais. Pressuponho que ter um aeroporto decente na a servir a região não deveria sequer ser objecto de grandes discussões. E também sou a favor do TGV. Quanto a mim o TGV já deveria era estar feito há mais tempo!Ter comboios de alta velocidade, não só a ligar a Espanha, mas também a ligar o norte ao sul, parece-me que também não é nenhum luxo, é só o básico de um país que se quer desenvolvido. Sempre estudei nos livros da escola e nos meios de informação em geral que ter muitas e boas vias de comunicação é condição e consequência de desenvolvimento a todos os níveis, é quase seu sinónimo! Os países ditos mais desenvolvidos estão cheios de muitos e bons comboios. Não é só no Japão que até tem comboios rápidos para trajectos curtos! A Alemanha está cheia deles. A França também. A Espanha não só já tem muitos como está a fazer os possíveis para ter um comboio de alta velocidade a menos de uma hora de TODAS as cidades espanholas. Desde a Coruña a Badajoz TODAS as cidades do Estado que partilha connosco a Ibéria vão ter um comboio de alta velocidade a servi-las! O tráfego de todos os tipos está a aumentar, não só o rodoviário, mas também o marítimo e aéreo. E nos comboios também! Em 50 anos 1 só TGV será pouco. Teremos concerteza de fazer outros mais. Será que nós (que sofremos de periferia) somos tão especiais e tão espertos que descobrimos que não precisamos de mais e melhores meios de comunicação?! Somos especiais sim. A nossa especialidade é ser pequeninos. Quanto a mim o TGV já deveria era estar feito há mais tempo!

Dizem que estamos em crise… e daí? Para mim é uma constipação do sistema. O melhor sistema que existe. O sistema que criou o maior nível de riqueza e desenvolvimento que já existiu em toda a história da humanidade. Mas tudo bem, digamos que é uma...gripe! E daí? Este é o tipo de investimento que se vai prolongar por décadas, décadas durante as quais tudo pode acontecer, e durante as quais vamos entrar e sair de varias crises. Este tipo de investimentos ou é bom ou não é bom. Não tem nada a ver com crises conjunturais. E pelo que vejo pelo mundo fora até pode ajudar a enfrentar esta crise momentânea. Ora, se até o governo dos EUA, paradigma de pais capitalista liberal que advoga a não intervenção do Estado, está a intervir na economia, inclusivamente com lançamento de grandes programas federais de obras publicas com o intuito de estimular a economia e ajuda a sair da crise, porque raios é que em Portugal deveria ser diferente? Eu sei: porque aqui temos uma mente pequenina, achamos que isso é para os outros, para os grandes, os outros que não se assustam com grandes números, porque para nós falar em milhões e milhões ainda assusta…

Em Portugal preferimos gastar os milhões e biliões em coisas pequeninas...

Aqui preferimos gastar o dinheiro (inclusive o que não temos) em coisa mais pequenas, que dêem menos nas vistas mas que possamos conceber como mais nossas. Exemplos. Furar a Madeira toda com túneis caríssimos que permitam ligar algumas aldeias ao Funchal mais rapidamente. Construir piscinas municipais, que têm custos de construção e manutenção elevadíssimos, em todas as vilas (e até aldeias) do país, mesmo que muitas delas não funcionem nem a 50% da sua capacidade. Criar parques industriais municipais em cada concelho do país, porque cada um tem de ter o seu (?!?), mesmo que seja a 1 ou 2 km do do vizinho e nenhum dos deles tenha empresas para encher sequer um terço do parque. Ceder terrenos, serviços e outros incentivos (todos caríssimos) para alguns empresários privados encherem o país de campos de golf, boa parte dos quais vão estar sem clientes a maior parte do tempo. Criar vários centros de congressos em todas os concelhos do país, a maioria dos quais vão estar a gerar custos o ano inteiro apesar de estarem sem actividade alguma 90% do tempo. Fazer o maior numero de rotundas por Km2 e colocar lá no meio estatuetas tao feias como caras. Esse tipo de investimentos são mais pequenos mas são em muito maior número e no conjunto são caríssimos. Mas pelo menos são mais perto, podemos relacionar-nos mais directamente com eles, a até vão gerando empregozinhos no sector Estado, mas estáveis e menos exigentes, e sobretudo são mais pequenos. Pequenez é a palavra chave! É isso que nos agrada! Já alguém se manifestou contra a construção de mais uma piscina na sua freguesia? Alguém se manifestou contra os túneis na Madeira? Não, são mais pequenos, dão menos nas vistas, e o que se vê é no “meu” quintal… Até os 10 estádios de futebol o pior investimento público de sempre, para uma festa de menos de um mês, todos criticaram, mas não muito, e nunca ao ponto de sair para rua em manifestações! É que aí já se falava de crise (fala-se de crise sempre!), mas não era tão grave, eram os estádios de clubes da qual boa parte dos portugueses é simpatizante ou fanático e afinal de contas até gostamos mesmo da bola e de festa, por isso até se aceitou…E claro que muita gente achou muito bem comprar (mais uma) casa recorrendo a um crédito de 50 anos, isto apesar de mal ter dinheiro para pagar os outros créditos com que comprou o mobiliário e os carros, e as férias. E até poderiam ter comprado por metade do preço, mas gaita, é investimento… Investimento na imagem talvez! Quanto é que o governo gasta todos os anos (e por muitos mais) em bonificação ao crédito? De quem é a responsabilidade? Do sistema, do governo, dos bancos e da publicidade. Minha é que não é... Já alguém se questionou quanto gastam os portugueses em consumo de drogas recreativas? Eu já. Se contarmos só o café, álcool e tabaco já chegava e sobrava para pagar o TGV, o aeroporto e as autoestradas. Se somarmos outras drogas, como haxixe, cocaína e tal poderíamos fazer um fundo de investimento maior do que o que nos vais,um dia, esperemos, pagar a reforma! Pelo caminho diminuíamos os custos com problemas de saúde e aumentávamos a produtividade e longevidade. Mas mudar nunca, jamais. Mudem os outros, mudem os políticos mudem o sistema, mudem tudo, mas não mudem nadinha me mim. Esses prazeres são sagrados. Os pequenos prazeres. São sagrados também porque são pequenos! Que ninguém se atreva sequer a pensar em mexer nisso, era só o que faltava...

E acresce a isto tudo o seguinte. Alguém acha que se não investirmos no TGV, esse dinheiro iria parar aos nosso bolsos de outra forma mais útil? Por exemplo, alguém acha que esse dinheiro iria ser investido na área educacional ou cultural? Eu não acredito. Mais facilmente iria para salvar mais algum banco cujos capitais desapareceram algures numa ilha com paraíso fiscal! E eu prefiro fazer o aeroporto do que meter 2200 milhoes de euros em outro BPN! Na melhor das hipóteses, se fossemos um pais realmente organizado, racional e com capacidade de fazer boas escolhas, iria para ao apoio ás PMEs, pilar fundamental de qualquer economia. Infelizmente também não acredito que o dinheiro do TGV fosse aí parar. E se fossem nada garante que fosse bem aproveitado. Desde logo porque as PMEs dependem de acima de tudo de pessoas competentes, ambiciosas e com visão, pessoas que arriscam, que têm coragem. E como se sabe isso é um bem muito escasso em Portugal. E claro que assim que alguém ganha dinheiro em Portugal passa a estar sob o olhar da inveja e da suspeição! Quero crer que a minha geração e as seguintes talvez já esteja mais para aí virada, nem que seja por desespero, mas mesmo assim sou pouco crente. A geração anterior já se sabe o que fez com o pouco dinheiro que ia gerando: construiu casas que dão para 35 milhões de habitantes (o sonho máximo do português é ter a sua casinha)! Também compraram muitos Mercedes e automóveis afins. Mas não foi tanto o espírito de empresário que criou riqueza para tudo isto, foi mais as poupanças dos avós, as remessas dos emigrantes, a descoberta do crédito barato e a esperteza do marialva que lá conseguiu aceder a algum dos muitos subsídios que os ingleses, franceses e alemães mandam para cá, para comprar o nosso mercado! Assim, deixar de fazer investimentos grandes não garante que se poupe e canalize esse dinheiro para os pequenos. E muitas vezes os pequenos ainda utilizam o dinheiro pior que os grandes! Nas câmaras municipais é uma verdadeira festa. E nas contas pessoais dos portugueses sabichões ás vezes é pura e simplesmente surreal!

Portugal está muitíssimo melhor hoje que em qual outro momento da sua história. Desde que nasci Portugal nunca parou de melhorar. O nível económico e cultural melhorou muito. E mesmo não esquecendo que foi com a ajuda da UE que isto deu um salto maior, creio que algum do mérito é de todos nós. E também, e até sobretudo, dos políticos. Os políticos não são assim tão maus! São tão maus como a maioria de nós. São o espelho da nossa sociedade, merecemos os que temos. São tão corruptos, incompetentes e egoístas como a maioria de nós. Provavelmente menos. Em vez de estar sempre a dizer mal de tudo e todos, em vez de estar sempre a culpar o bode expiatório do costume (os políticos, os grandes, o sistema, os EUA, o Bush…) estou a favor de olhar para o que temos de bom, para o que podemos fazer de bom. Considero que o pior governo que tivemos nesta democracia foi o do Guterres. Cerca de 6 anos de governo minoritário e cobarde, em que se deveria ter feito reformas e dado outro salto. Não faziam nada, (não) governavam por sondagens e referendos. O pior é que os cerca de 3 anos seguintes foram ainda piores, mais instáveis, menos concretizadores, até o primeiro-ministro eleito cagou nisto e se pôs a andar. Foram cerca de 8 anos completamente perdidos, em que nos limitámos a gerir as contas para manter o défice dentro dos limites necessários para pertencer ao Euro. Que me lembre a única coisa minimamente certa e sólida feita nesse tempo foi o...Alqueva, uma grande obra! Então, já algo desesperados, demos maioria absoluta a este governo. O governo do Sócrates, por muitos defeitos e erros que tenha, parecia apostado em mexer nalguma coisa. Nem chegou a mexer assim tanto mas mesmo assim, só de tentar, consegue ter quase todos contra ele, e desde logo todos os que vivem mais directamente no Estado como professores, médicos, juízes, militares e policias. E isto que muitos deles, nos cafés e blogs, gostam de exibir discursos nos quais repetem a verdade de pseudo liberal de sempre: “o problema é Estado a mais”. Mal se tentou mexer nos privilégios, status e incompetências de tal gente e agora é de bom tom maldizer o homem e estamos contra tudo o que ele faz e queremo-lo o mais rapidamente de lá para fora para, para…para… para desfazer, recomeçar do zero, para não mexer em nada! Inacreditável! A nossa cabecinha pequenina, tacanha, conservadora e invejosa a funcionar.

Muito provavelmente vou votar no Sócrates. Se fosse o PSD a estar lá votava no PSD. Há que criar estabilidade e confiança. Há que arriscar e investir. E é mais fácil investir e arriscar com estabilidade e confiança. Eu confio em quem faz, erra, aprende, e continua a tentar fazer. Em Portugal há demasiadas mudanças de líderes partidários e demasiadas trocas governos, que na sua maioria são bastante fracos. Agora pelos vistos já nem um governo de maioria absoluta tem condições para governar com legitimidade os 4 anos para que foi eleito! Prefiro menos governos, mais estáveis, mais longos, mais fortes, mais realizadores. Como em Espanha ou Inglaterra por exemplo. A não ser que ainda se tenha crenças em ideais utópico religiosos tipo comunismos e tal, as escolhas agora já não são ideológicas. É mero pragmatismo e bom senso. Bom senso para mim não é ficar a contar tostão a tostão com a inveja dos pequeninos, deixar-nos isolar de um mundo cada vez mais interligado e impedir que se governe e produzam adaptações necessários no sistema. Bom senso é investir, é arriscar, é criar estabilidade e confiança.

Ou muito me engano ou vou votar nos vencidos. Ou muito me engano ou isto vai ficar tudo na mesma, para bem e para mal, consolidaremos o nosso lugar na cauda da Europa, em todos os sentidos! Estou cá, gosto de Portugal, não sou melhor que os outros, mas há dias em que me apetece emigrar outra vez!

42 comments:

Cidrais said...

Emigrar talvez nao estivesse nada mal. Talvez te apercebesses da abissal diferenca entre o nivel de vida e oportunidades proporcionado a um jovem no estrangeiro e em Portugal. Escuso de dizer para qual lado a vantagem.

Nao se trata de dizer mal, quando se questiona o investimento publico. Mas vamos a factos.

Comeca aqui:
http://desmitos.blogspot.com/2009/04/um-jaguar-chamado-tgv.html

Pensa que ha outros investimentos...como melhorar as linhas existentes e implementar linhas ferroviarias iguais as espanholas, para garantir o trafego ferroviario vindo da europa.
Ja nem falo das linhas do norte interior, que foram indecentemente fechadas, para serem substiuidas por carreiras de autocarro..

Ha alternativas que nao passam pelo TGV.

Quanto ao aeroporto, numa altura em que o trafego aereo mundial se preve em queda, o aeroporto da portela nao esta explorado ao maximo, e acima de tudo tens um aeroporto no norte cuja gestao esta a ser estrangulada por um governo centralista que se recusa a entregar a gestao a uma parceria publico-privada, como estudos da FEP e da Deloitte, indicam serem a melhor solucao de gestao estamos conversados.

Use-se o que existe - e nao se sonhe com o que nao se pode ter.

Esta nao e uma fase de deslumbramentos... Podemos comparar nos com os paises mais ricos sem duvida mas nao devemos ambicionar ao que eles teem, se nao temos posses para os ter. E devemos comparar nos com os paises mais pobres para dar gracas pelo que ja temos.

Com a "estabilidade" de um governo de maioria absoluta, o investimento estrangeiro em Portugal diminuiu.
http://pedrolains.typepad.com/pedrolains/2009/06/um-susto-para-a-troca.html

Nem vou falar de inumeros casos mal explicados que rodeiam o primeiro ministro actual.
A mim bastou me provar-se que a "licenciatura" foi comprada ao domingo, numa universidade que foi fechada por corrupcao, por um professor que e arguido no caso Freeport, para que este senhor nunca mais me merecesse a confianca que nele depositei em 2005, quando nele votei.
Podem enganar-me uma vez...mas duas so por burrice....

Cidrais said...

ja agora, a proposito do centralismo:
http://jn.sapo.pt/paginainicial/pais/concelho.aspx?Distrito=Porto&Concelho=Porto&Option=Interior&content_id=1276031

Cidrais said...

e tambem para evitar confusoes, e de esclarecer o que os espanhois estao de facto a fazer em relacao ao sistema ferroviario:
http://renovaroporto.blogspot.com/2009/06/mudanca-da-bitola-espanhola-na-rede.html

Cidrais said...

So mais uma....
Eu sei que quem vota em Socrates deve gostar pouco da Manuela moura Guedes, mas tem paciencia e ve este miminho de noticia sobre o aeroporto da portela:

http://renovaroporto.blogspot.com/2009/06/afinal-e-uma-grande-mentira.html

António said...

Caríssimo amigo,

Quanto ao aeroporto: dizer que o tráfego aéreo vai diminuir só pode ser para rir, nem vale a pena comentar mais...

Quanto aos "argumentos" naquele blog contra o TGV são os dos costume. Dizer que não. Estudos a provar que sim ou que não é o que nao falta, so depende de quem os encomenda... Mas ali naquele artigo de opinião não vi la nada que me diga objectiva e quantitativamente porque! É o típico estar contra porque sim... Na dúvida prefiro estar a favor, a favor de construir algo, de criar ligações , de nos conectar cada vez mais ao resto do mundo...

Já no que fala da renovação da linha férrea espanhola só me dá mais razão! Os Espanhóis não só estão a ligar o pais TODO com comboios de alta velocidade (cidades de 200 mil habitantes, regiões com menos de 1 milhão, e tendo qu efazer obras muito mais caras e dificeis que no nosso caso) como ainda vão renovar as linhas que não são de alta velocidade. São investimentos complementares. E Portugal não tem mais remédio a não ser fazer o mesmo. Infelizmente vamos sempre a reboque... E digo mais: deveriam levar o TGV até VIGO/Coruña, não só até ao Porto...

Quanto ao Sócrates...perfeito ele não é. Eu também não. Mas não vejo ninguém que me pareça mais competente para o cargo a chegar-se a frente...Em Espanha o Filipe González teve escândalos muito maiores. Em Inglaterra o Blair mentiu descaradamente quanto a questões muitíssimo mais relevantes...E mudar por mudar não! Chega!

Já agora: até hoje nunca votei no Sócrates.

E também não tenho como referencia informativa o canal que referes, tal como não tenho o correio da manha...

Admito mudar de opinião. Com bons argumentos...

Cidrais said...

Nao vou desistir, porque o que me parece e que um voto no socrates e isso mesmo: desistencia.
Ja agora, tanto o Felipe Gonzalez quanto o Blair foram substituidos. Os primeiros ministros desses paises sao hoje em dia do mesmissimo partido. Mas nao sao o mesmo rosto. Grande diferenca.
Vou portanto estudar um pouco, reunir referencias concretas ( porque ja as li algures) e voltar a carga em breve.
Abraco.

Cidrais said...

Eu disse que ia voltar a carga e ca estou. Desta vez com alguns valores interessantes, que te permitem avaliar a dimensao do endividamento publico face a receitas com servicos+remessas de emigrantes:

http://quartarepublica.blogspot.com/2009/06/tem-palavra-o-dr-medina-carreira.html

Estou ainda a procura de dados irrefutaveis em relacao ao TGV.

Mas posso acrescentar desde ja afirmar que comboios de alta velocidade ( como o alfa ) e o TGV nao sao a mesma coisa. E modernizacao das linhas ferrovirais, actualizando-as para a bitola europeia ( que isso sim, e o que Espanha esta a fazer ), nao e o mesmo que colocar TGV em todas as cidades.

Um blog incrivelmente interessante sobre o tema das ferrovias (incluindo TGV ) e este, ao qual te aconselho a leitura:

http://maquinistas.org/

Abraco

Cidrais said...

Ja agora e para que nao fiques com a ideia ( falsa ) que so estou a deitar abaixo, gostava que desses um avista de olhos a isto:

http://associacaocomercialdoporto.blogspot.com/2009/06/clipping_29.html

carrega nos clippings para ver em ponto grande.

E em especial a isto:

http://2.bp.blogspot.com/_gnakG1wcbb8/SkiK2GIjyXI/AAAAAAAABBY/tRYFfVEG3PY/s1600-h/Diário+Económico+23_Junho_09I.jpg

Ou seja, desenha-se ja neste momento, uma alternativa, com propostas concretas.

depois cabe a cada qual decidir de acordo com os dados que dispoe...

Abraco

Cidrais said...

numa nota ligeiramente diferente, mas dentro do espirito do post, deixo te o link para este artigo, com algumas observacoes curiosas e que largamente subscrevo. e com dados bastante preocupantes tambem:

http://delitodeopiniao.blogs.sapo.pt/677518.html

Cidrais said...

vais ter que ter paciencia comigo, ja que este e um tema que me apaixona:

a entrevista a Median carreira a que o post da quarta republica se refere:

http://falascreve.blogspot.com/2009/06/que-futuro-para-portugal.html

o que vem muito a proposito da nossa conversa.

António said...

Xor, Happy mondays! rsrsrsrsrrs

Isto sim, é boa argumentação... agradeço o fazer-me pensar.

Sobre a divida publica: sem duvida é grande. É imensa. Mas não construir o TGV é quase irrelevante. Alias, atingimos essa divida publica sem aeroporto e sem TGV. O TGV corresponde a quantos % do PIB? Quanto custa no orçamento de Estado? Que eu saiba nem ½ %... Muitíssimo mais que isso gastamos num exercito que serve para pouco mais do que...existir! Qual o preço daqueles submarinos que o Paulo Portas comprou em leasing? Ou dos aviões e carros de combate que não andam por falta de peças e manutenção? A nossa divida pública é um problema grave que tem de ser resolvido, mas é gastando menos em coisas que não geram riqueza e mais em coisas que geram. Por exemplo (e além do caso das drogas recreativas citado), sabes quanto se gasta em sobremedicaçao? Quais os custos do desordenamento do território? Quais os custos de a cada vez que é preciso mexer em canos de agua, luz, gás ou telecomunicações rebentarem o alcatrão todo por essas estradas fora? Quais os custos do sector justiça não funcionar minimamente bem? Sabes quais os custos de não haver fiscalização quando construíamos as obras publicas e as autoestradas (por exemplo) eram mal feitas, obrigando depois a ser refeitas? Sabes qual a percentagem de subsídios ao desenvolvimento comercial e industrial é que foram parar a mais uma casa na praia, a mais um mercedes, a mais uma garrafa de whisky, a putas, a mais uma viagem ao estrangeiro, etc? Sabes quais os custos do absentismo ao trabalho por faltas não ou mal (fraude) justificadas? Quais os custos de privilegiarmos a cunha à competência? Sabes qual é o grande drama da dívida pública? São os próprios juros e juros dessa mesma divida...

Redigo: O PSD(CDS incluído) e PS não precisaram de aeroportos e TGV nenhuns para gerar esta divida...A divida vem de si mesma, e de muitas outras coisas, mais pequenas, vem de gastos, de faltas, de incompetências, de fraudes grandes e pequenas. A divida vem de ser-mos quem somos. Aliás os particulares estão tão endividados como o sector publico, e também estão endividados por coisas pequenas , não por grandes investimentos!

António said...

O que gera riqueza é investir (INVESTIR). Em educação, cultura, artes, em melhorar a justiça e em...vias de comunicação! Senão vamos continuar a “ir para a Europa”, ou seja, já aqui ao lado a Espanha, e ficar abismados. E a perguntar-nos como é que eles podem e nós não! Porque eles construíram estradas e linhas de alta velocidade e nós, espertíssimos, não!

Sei que há comboios de alta velocidade que não são TGV. Mas em Espanha que saiba são. Tanto assim é que esta linha nos vai ligar há linha de alta velocidade espanhola! Este investimento é conjunto com Espanha. Aliás, faz parte da linha que os espanhóis vão levar até … Badajoz! E quando digo que em Espanha estão a ligar o país todo em alta velocidade isso significa que furaram um maciço gigantesco chamado Picos da Europa para chegar as Asturias, a Oviedo, uma cidade com 200 mil habitantes. A região toda tem menos de 1 milhão de habitantes... E por acaso até tem boas auto estradas e aeroporto! E alem da alta velocidade pelos vistos ainda vão refazer a baixa velocidade toda, o que na pratica nos vai obrigar a nós a fazê-lo também! A reboque, porque os outros já fizeram...

http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:AltaVelocidadeEspa%C3%B1a-Febreiro2008.png

Quanto a estudos e alternativas... Sim haverá outras possibilidades. E sobretudo outros estudos. Há sempre, cada um com as suas vantagens e desvantagens. Depois de alguém anunciar que vai fazer alguma coisa diz-se logo mal. Diz-se que não. Não e não. Depois começam a aparecer outros estudos que apontam outras alternativas, na maioria dos casos nem sequer mais baratas ou eficientes, são apenas outras. Outras porque…não? O PSD, que até há pouco tempo era a favor destas obras todas, como agora está na oposição está contra. Mas já anunciou: vai gastar, mas em coisas mais pequenas! !!!???!!! E assim, entre nãos, estudos e alternativas se passam mais 3 ou 4 governos, 6 ou 7 lideres partidários, 10 ou 20 anos, com decisões para a frente e par trás e no fim acabamos por fazer inevitável, porque estas obras vão acabar por ser inevitáveis...É nisto somos verdadeiros experts cá em Portugal!

António said...

Sobre o medina carreira e outros grandes sábios portugueses.

Como velho do Restelo que está a ser (como eu também sou tantas vezes) adoramos. Agora, agora que ele diz que estamos fodidos e que o melhor é parar tudo e contar tostões, tal qual o Salazar do sozinhos, pequeninos e orgulhosos... Aliás, o sr medina carreira ainda foi formatado nessa época. E que eu saiba não se notabilizou por criar empresas e empregos...Que eu saiba o sr medina carreira até já esteve no governo. Num desses em que aumentou a divida publica sem sequer fazer TGV nem aeroporto... Avé medida ó grande sábio avé...

É como o Cavaco, que alias é amicíssimo do Medina, e que no seu tempo se notabilizou por construir vias de comunicação e outras obras publicas. Até lhe chamavam o 1 ministro do alcatrão, etc. Dizia que era fundamental.... Foi o governo que centralizou, que mais aumentou a divida e que mais aumentou o sector estado em Portugal. Mas agora está contra! Mas lá está, quando ele era primeiro ministro queixava-se do Soares ser força de bloqueio, e agora me menos tempo já bloqueou muito mais...

É como a lei contra a concentração de órgãos de comunicação de comunicação social que ele chumbou com veto politico! Essa lei impedia, por exemplo, a PT de adquirir a Media Capital /TVI. Ele chumbou-a, mas agora quando essa possibilidade se colocou ficou preocupado!

Politica á portuguesa! Não sei se rir se chorar. Na duvida prefiro rir...

António said...

Amici ,

Muito me admiras tu, a viver na Europa evoluída e seu apologista, defensor de que Portugal está mal e deveria estar bem melhor, a defender que não devemos fazer como quem está melhor que nós... Os genes traem-te! rsrsrsrsrrsr

Cidrais said...

Europa evoluida...tsktsk
Eu vivo na Europa rica. É favor não confundir.
Já agora, eu tenho alguns problemas com as concepções do estado como motor de investimento ( INVESTIMENTO ). Para mim, o investimentos cabe aos empresários, e apesar de quereres reduzir o Medina Carreira a velho do Restelo ele diz algo nesta entrevsita que eu subscrevo por inteiro:
O investimento cabe aos empresários. Como o fazem é lá com eles. e acrescenta o que o Portugal tem que fazer para captar investimento: analisar as condições que permitem aos países do Leste ( os nossos concorrentes directos - sem TGV, já agora) atrair empresários e capital.
Eu acrescento ainda: Mesquinhez e inveja revela quem pensa que é por copiar o que se faz nos países ricos que um país deixa de ser pobre.
Se queres comparar a nossa economia com a espanhola, que com crise ou sem ela é a 8ª da mundo, é lá contigo.
Pensava que já se tinha tornado claro ao longo da nossa história recente que as infra estruturas por si só nao criam valor acrescentado. São os produtos inovadores, os quadros qualificados, as exportações que nos permitem sair do buraco.
Pelos visto é preciso torrar mais uns bilióes de euros que não temos em tgvs e auto estradas para perceber o buaco que esse tipo de raciocínio conduz.
Seja...eu por cá me fico, e pelo andar da carruagem o regresso cada vez mais longe...não porque não queira, mas porque não é possível.
E porque não gosto do rumo que o país toma.
Novamente, sorte aos que aí estão...bem precisam...
Abraço

António said...

Quem vai fazer o TGV sao privados. A exploraçao tambem. Mas a iniciativa e o co-investimento é publico. Aqui, como em Espanha, França, Inglaterra, Japao e EUA! Dizer que investimentos é coisa de privados nao tem sustentação nenhuma. É de privados e publico, ambos os sectotes trabalham juntos. E as infraestruturas fazem muita coisa pelo desenvolvimento sim senhor. Era só o que faltava. Será um mero acaso os países mais ricos sao os que tE mais e melhores infraestruturas? As coisas vao juntas...

Nao pensei que me considerasses mesquinho e invejoso, mas tudo bem. Eu acho que se queremos ser como os países ricos nao faz mal olhar para eles! Nomeadamente para a Espanha que tem proximidade fisica e história e mais alguns factores em comum.

Mas pelo que percebo tu criticas mas o que defendes mesmo é o mesmo do resto dos velhos do restelo: parar tudo e nao fazer nada. E depois queixar mais porque somos o que somos:pequeninos!

Eu cá estou. Pelo que vou vendo vou votar nos vencidos... ara mal ou para bem.

E isto nao esta assim tao mal. Esta pior que aí, mas melhor que me 70 ou 80 % do resto do mundo...

Abraço

Cidrais said...

Nao te estava a chamar mesquinho e invejoso, mas critico quem Pensa que imitar sinais exteriores de riqueza e o mesmo que criar riqueza. Muito ha a dizer sobre isso, mas agora vou criar a minha e vou trabalhar. Depois continuamos. Abraco

António said...

Os 3 ou 4 aeroportos Londinenses, ou o mega aeroporto madrileno, sao meros sinais exteriores de riqueza? A rede de alta velocidade espanhola (tal como a francesa, alema,japonesa, etc) sao meros sinais exteriores de riqueza?!!!!! Eles construiram aquilo para se exibirem?

Ainda bem que nós cá em POrtugal nao ligamos nada a essas coisas materiais e só copiamos os bons e reais investimentos, especialmente consumindo coisas que concebemos e produzimos por cá com o dinheiro que por acaso até foram os franceses e alemaes a dar-nos... Coisas tipo mercedes, wisky e outras drogas, putas, casas de praia, rotundas, centros de congresos, piscinas, etc.

Cidrais said...

Quando dizia sinais exterires de riqueza nao dizia que tinham construido isso para se exibirem.
Estao adequados as suas necessidades ( Londres tem mais de 4 vezes a populacao de Lisboa...)
o que me parece, a distancia, e que nao havendo necessidade real de se fazer o mesmo em Portugal, porque os equipamentos actuais nao esgotaram ainda as suas capacidades, so pode ser por cobica, inveja, mesquinhez, exibicionismo, o que lhe quiseres chamar ( eu chamo-lhe falta de visao estrategica ). Aonde quero chegar e que ha investimentos e opcoes bastante mais cruciais, que nao estao a ser explorados. Ha um enorme custo de oportunidade associado a estes empreendimentos.

Quanto ao resto, todos sabemos o que esta mal. O que importa e se pretendemos continuar no mesmo caminho, ou mudar...

Na minha visao, entregar mais uns milhoes a construtoras para explorar trocos de autoestradas desertas e tgvs, quando se faz a mesma viagem a madrid por aviao por uma fraccao do preco, um enorme absurdo.

Se calhar sou so eu...

Cidrais said...

Agora com mais calma ( qu estou na hora de almoco...) vou clarificar a minha posicao: nao estou contra o TGV por principio. Estou contra o terceiro troco de autoestrada Lisboa-Porto por principio.
O TGV seria um investimnento interessante. Se Portugal nao tivesse outros a fazer muito mais importantes. Nomeadamente tudo o que e necessario a recuperacao do crescimento da economia e que na minha opiniao nao passa agora pelo TGV, mas por todos os outros dos quais ja aqui se falaram. Credibilizacao do sistema de justica, combate da corrupcao, descida de impostos, flexibilizacao da lei laboral, captacao de quadros qualificados, estimulo a exportacao,
todos os etcs... enfim o que for necessario fazer para que este cantinho a beira mar plantado se torne outra vez um destino de investimento e uma economia na qual de gosto participar.
ai volto...garanto te que nao e pelas inglesas, pelo calor e pelo surf pujante que aqui estou...
De qualquier modo e para rematar, nao leves este confronto de ideias de forma pessoal, eu gosto e de debates animados, de preferencia com malta ao nivel, e com visoes opostas. para que do confronto de ideias e numeros surja o consenso possivel...quando e se possivel.
Depois falamos com mais calma e em tempo real, que estas postas ainda dao origem a mal entendidos!
abraco,
Carlos

António Matos said...

Estou totalmente de acordo com tudo o que disseste.

Só partimos de pontos opostos. Eu estou. à partida, e até me convencerem do contrário, a favor do TGV, aeroporto, autoestradas, barragens, aéólicas, etc. Mas admito mudar de ideias quanto o todo, ou mais provavelmente quanto a parte. Só que até agora estou convencido que essas obras e investimentso fazem parte da solução, nao do problema...

Cidrais said...

Penso que a divergencia e essa precisamente.
Deixa me sintetiza-la. Na duvida proponho que se pare, eu proponho que se pare, reflita e veja se os investimentos em obras publicas sao os que mais irao beneficiar o bem comum.
Ja tu propoes que se gaste ( dinheiro que nao temos - existe uma coisita chamada divida publica) em projectos de retorno baixo, ou negativo...certo....

ja agora, deixo te mais um post para que reflitas:

http://blasfemias.net/2009/07/01/sobre-o-manifesto-pela-despesa-publica-i/

pensa como quiseres, mas nao e ser velho do restelo pedir para analisar e pesar o retorno real de investimentos colossais, que tendo em conta o triste estado das financas publicas portuguesas podem hipotecar o futuro...

Abraco!

António said...

Meu nao me considero de esquerda nem de direita... e nao alinho por esse tipo de "argumentaçao". Muito menso pelos sectarismos politicos...

Este tipo de investimentos esta a ser seguido nos ...EUA! Que eu saiba não são um pais de "esquerda". E estão com um defict monstruoso... Ja para nao falar do investimento monstruoso que os EUA estao a fazer para dominar o m+edio oriente e o seu petroleo...

Os dois manifestos portugueses nao me dizem nada.

Ontem por acaso vi uma entrevista com o ex ministro das finanças do Socrates, entretanto seu grande critico, e assinante do abaixo assinado dos "28", e o gajo disse coisas surreais: atrasar o TGV e aeroporto para daqui a 5 anos, e gastar o que iriamos gastar daqui a 5 anos agora, em outras coisas, mais pequenas, tipo: arranjar e embelezar as nossas cidades (par ao turismo); vitalizar as artes rupestres portuguesas (para o turismo); etc.

No fundo nem era gastar menos, nem sequer eratrocar os gastos uns pelos outros, era quase sotrocar as datas! Primeiro as coisas mai spequenas... embelezar as cidades... Poupem-me!

Cidrais said...

LOL realmente e essa e so para rir.
eu tambem nao me considero de direita ou de esquerda...mas como portugues, opto pelo que me parece acertado...como tu.
O que os Estados Unidos estao a fazer e para mim um erro tremendo, mas como nao sou americano, nem vivo la ( apesar de gostar imenso da California ) interessa-me pouco. mas veremos isso daqui a uns (poucos) anos quando a China resolver cobrar a divida que tem andado a comprar aos EUA. Nessa altura vao ser eles (chineses) a consumir e nos a servir-lhes cafes... Oxala esteja enganado...
Abraco!

Malinka said...

Para quem diaboliza tanto os politicos é,no mínimo,estranho votar na continuidade.
Na continuidade da mentira, da burla,da corrupção da politica que levou a este "Portugal dos Pequeninos".
Não foi este governo que prometeu mais 150 mil empregos?Não prometeu também baixar os impostos?...
Não foi o PS, na oposição, que criticou o código laboral do Bagão Felix e que quando se apoderou do poder(maioria absoluta) fez um código pior que anterior?...
Já agora, e para responder a um dos comentários, numa altura em que todas as organizações internacionais (OIT, ETC)apontam para trabalho com direitos e suprimem por completo a questão da flexibilização, como factor essencial para o desenvolvimento económico e social dos países, continuar a defender tal situação é querer retroceder ao século passado, ao obscurantismo, à desorganização familiar...
Talvez não saibam (já nasceram depois) que este país cresceu e o seu maior desenvolvimento foi no pós 25 de Abril em que foi consagrado, constitucionalmente, o direito ao trabalho e trabalho com direitos.Foram aumentados os salários, insttituido o salário mínimo,reformas aos 65 anos para homens e 60 para mulheres, as férias e subsidio de férias e o 13º mês...p país desenvolveu-se, a economia cresceu, as pessoas mehoraram as suas condições de vida e até os empresários(agora tão reivindicativos a voltar ao passado)nunca estiveram tão bem.

António said...

Caro Caetano,

Creio que trocou alguma coisa nas leituras e ficou confundido.

Não diabolizo os políticos. Nem neste texto, nem nos outros que tenho pelo blog. Antes pelo contrário, até os elogio. Ou melhor, considero que eles nos representam bem, estão na média do que somos...

E se provavelmente vou votar na continuidade não é por considerar o Sócrates e o seu governo muito bom, mas antes porque não vejo possibilidades de lá por um governo melhor. E mudar por mudar parece-me péssima politica.

Quanto ao desenvolvimento português...

Sim, melhoramos muito, estou farto de aqui o dizer e redizer. Mérito de todos. Mérito também dos políticos. Mas teve muito pouco a ver com a constituição ou com os códigos laborais, que aliás nunca foram de facto totalmente implementados. Teve mais a ver com o facto de estarmos abertos a Europa e ao mundo, um mundo que até há pouco tempo esteve em crescimento económico continuo. E ainda por cima a partir de 1986 começamos a receber biliões e biloes dos países mais ricos da Europa para nos desenvolvermos... Creio que isso terá tido algo a ver com as melhorias entretanto registadas!

Sobre a flexibilização do mercado do trabalho...

Quem mais empregos criou na função pública? Cavaco PSD!

E mais, com a China e índia a vir por aí não vão haver códigos que resistam...

As ideologias que se fod...

Cidrais said...

malinka

Se estudar historia economica portuguea vai ver que o maior crescimento econbomico portugues deu-se na decada entre 1960-1970.

Nao ha argumentos contra factos, independentemente dos juizos que se possam fazer sobre os regimes politicos em vigor na epoca...

Cidrais said...

ja agora ficam aqui os dados:

http://desmitos.blogspot.com/2009/04/o-declinio-relativo-portugues-2.html

cumprimentos

Malinka said...

Sim é preciso estudar história económica portuguesa e não tirar conclusões a partir de uma postagem de um blog.
Isso contribuiu para o desnvolvimento económico e social deste país?
As populações viram melhoradas as suas condições de vida?
Com o 25 de Abril isso aconteceu!
Falo por experiência própria.

Cidrais said...

malinka

Se me quiser apresentar um grafico com dados diferentes, faca favor. Ou esta a colocar em questao a veracidade dos dados?

O facto e que o maior cresimento economico na historia economica portuguesa do seculo 20 deu-se em plena ditadura, entre 1960 e 1970.

Actualmente Portugal tem um crescimento do PIB comparavel ao dos ultimos anos da monarquia....

Mas estou disponivel para que exponha dados que contrariem o sentido destes...

Malinka said...

Amigo António:
Tens toda a razão, intrepetei como tuas as opiniões sobre os politicos quando na verdade estás a falar do que pensam as pessoas...as minhas desculpas.
Quanto àCE veio muito dinheiro para:
Acabar com a nossa agricultura, (dão-se 450€ por hectar a quem não produza nada),acabar com as nossas pescas, acabar com a industria produtiva, etc,etc,e para aprtamentos, piscinas, carros de luxo, etc.etc...Deves saber que Portugal é um contribuinte liquido da C.E...
Quem qizer votar na continuidade das politas é totalmente indiferente votar PS ou PSD...
Os que querem romper com mais do mesmo têm outras opções...obrigar, também pelo voto, a mudar de rumo.
Agora está muito na moda mandar às urtigas as ideologias, tirar carga ideológica à Constituição,à sociedade, etc...o objectivo é apenas condenar determinada ideologia para impor a ideologia dominante.
Quanto à China India e outros também é frequente essa ameaça para nos imporem o nivelamento por baixo.Por esses paises se estarem a desenvolver e acrescer acima da média estamos nós condenados a viver na miséria?
Um abraço

António said...

É fácil descontextualizar números e fabricar gráficos alarmistas...

Também é mais fácil crescer % quando se é muito pobre. Depois de uma guerra mundial e de anos e anos de misérias profundas então é que é quase impossível não crescer!

Primeiro ponto: Portugal, até este ano, e tal como a UE na qual nos integramos, esteve sempre a crescer. Se o gráfico fosse disposto noutra forma (com os anos na vertical) isso seria mais evidente. Assim parece que estamos a piorar, mas não, o que estamos é a crescer mais devagar. Se comparassem esse gráfico com o a curva de crescimento da zona EURO iam verificar uma curva de crescimento parecidíssima. Nuns anos crescemos um pouco acima da média, noutros abaixo. O problema é que com as ajudas de $ públicos da UE deveríamos ter crescido sempre acima... Mesmo assim, cá como na UE tem-se crescido mais que no Japão, que ainda é o país mais desenvolvido do mundo. Só que a certo ponto é difícil crescer mais. No Japão andam com taxas de crescimento próximas de zero há que tempos! Já a Índia ou a China, que vinham de muito abaixo, teoricamente de “esquerda”, continuam a crescer muito acima da média... Mas isto não tem nada a ver com ser de esquerda ou de direita. Esse tipo de discurso é ultrapassado!

António said...

O crescimento económico da década de 60 e 70 advém não só de antes ter sido um período miserável, mas também do facto de nas décadas anteriores se ter dado o maior plano de apoio ao desenvolvimento do século: o plano Marshal, onde dinheiro publico foi injectado na economia para realizar grandes projectos de investimento e desenvolvimento. Nesse período cresceu-se muito em todo mundo e em especifico em toda a Europa. Em Portugal até se cresceu menos que nos outros países, porque cá o plano Marshal chegou minguado e amortecido pelas manias isolacionista do Salazar, que ainda pro cima passou a gastar parte dos recursos financeiros numa guerra colonial perdida à partida. Em Espanha por exemplo teve muito mais impacto. Mas mesmo assim se colocássemos o gráfico da curva de crescimento Europeu junto ao do crescimento português veríamos muitas semelhanças! Esse crescimento aconteceu em Portugal e Espanha, como em França e Alemanha, com regimes políticos completamente diversos. Alias, aconteceu por todo mundo.

Mais: o nosso crescimento da década de 80 e 90 deve-se precisamente a grandes investimentos em infraestruturas e outros grandes projectos publico e privados financiados em grande parte por outro mega plano de apoio publico ao investimento: os apoios da CEE, logo UE.

O crescimento económico de um país como Portugal não pode ser analisado senão a luz do enquadramento Europeu e mundial. E o investimento publico não tem quase nada a ver com ideologias...

Volto a dizer: isto não tem nada a ver com esquerda e ou direitas. O investimento publico não tem quase nada a ver com ideologias...
Volto a dizer: é fácil descontextualizar números e fabricar gráficos alarmistas...

António said...

Malinka:

"Quem qizer votar na continuidade das politas é totalmente indiferente votar PS ou PSD..."

Pois, é isso que provavelmente vou fazer. Não sou crente do comunismo, e sim, acho que o sistema que existe ainda é o melhor do mundo, e o melhor de sempre. Por isso não me resta outra solução se não votar na continuidade.

Mas respeito os idealismos, sejam eles revolucionários sejam conservadores. Desde que nao queriram acabar com isto tudo...

Cidrais said...

Plano marshall com impacto numa economia que como tu proprio disseste era a epoca proteccionista, e isolada?

como ficamos...a economia era aberta ou fechada?

O crescimento economico veio da industrializacao portuguesa...

e do impacto dessa industrialzacao numa economia que era predominantemente rural...

Le o livro "Mitos da Economia Portuguesa" do Alvaro Aantos Pereira ou qualquer artigo de historia economica do Pedro Lains...

Cidrais said...

alvaro santos pereira ( que publica o blog Desmitos )

e esse enquadramento que falas esta nos escritos de ambos os autores ( ambos academicos ) cuja leitura te recomendo

Penso que dificilmente chegaras a conclusoes diferentes das minhas, sendo confrontado com os numeros...

António said...

E que conclusões são essas?

Que na ditadura crescemos mais? Sim crescemos. Mas mesmo asism mesnos que nos outros países Europeus que nao eram ditaduras.

Que na ditadura também se cresce? Claro! Veja-se a China e a ex URSS só para dar dois exemplos bastante evidentes.

E daí?

O que é que isso tem a ver com o discutido?

O que estamos a discutir, creio eu, é a importância do crescimento publico no crescimento económico, certo? Pois é, sejam ditaduras ou democracias, mais de esquerda ou mais de direita, o investimento publico existe sempre. Inclusive nos EUA sempre existiu e em grande...

Mitos...

Cidrais said...

Este desvio na discussao surgiu como um reparo ao malinka, apenas para constatar que o maior crescimento economico nao foi pos 25 de abril, como e comummente assumido.

nao e um juizo de valor, apenas um facto.

voltando a discussao, o maior factor do crescimento economico e o funcionamento habitual ( normalmente irrestrito ) dos agentes privados.

Uma politica de investimentos publicos macicos, em prejuizo de politicas que propiciem o funcionamento da economia para os agentes privados nao costuma dar grandes resultados. E com estes investimentos e o que na minha opiniao se perspectiva...

Mas bom, oxala esteja enganado e eta seja a receita do sucesso como pareces acreditar.

António said...

Relembrando...

Sim, mesmo mantendo o país fechado POrtugal, pela sua dimensao acaba sempre pro ser influenciado pelo que se passa a volta. E parte do nosso crescimento na decada de 60 e 70 foi simplesmente reflexo e influenciado pelo que se passava a volta. E o desenvolvimento industrial qu efalas, que alias foi relativamente pequeno, foi incentivado directamente pelo Estado, e não trouxe assim tanta riqueza. Relembra-te que nessas décadas, precisamente nas de 60 e 70 houve vagas de emigração (clantestina) gigantes para a Alemanha e França. E também alguma para o ultramar. A tal ponto que nem havia desemprego em Portugal. Alias, a falta de gente para trabalhar foi outros dos motivos que travou o crescimento português...

As coisas nunca sao a preto e branco...

Cidrais said...

Este artigo deste notorio "velho do Restelo ", o Miguel Sousa Tavares, e absoultamente delicioso:

http://falascreve.blogspot.com/2009/07/o-sonho-de-miguel-sousa-tavares.html

Mario Bernardes said...

Concordo inteiramente contigo, Tó. Subscrevo tudo o que dizes menos a vontade de emigrar... Precisamos de ti cá! :-) E eu tenho andado por forma e cada vez mais me apetece estar em Portugal.

Também eu sou a favor dos investimentos que dizes e em especial no aeroporto. Quanto mais não seja por se retirar de Lisboa o ruído constante dos aviões e melhorar a segurança. Sim, porque se daqui a algum tempo existe algum pequeno acidente como o que aconteceu em Londres onde um avião falhou a pista por escassos metros, e aterrar em plena segunda circular e causar uma tragédia aí vão aparecer as vozes a dizer que somos atrasados por termos um aeroporto no centro da cidade...

Quanto ao Cidrais, a partir de certo ponto deixei de ler as justificações por serem tão maçudas e obcessivas... Com todo o respeito Cidrais, mas já reparou que todos os argumentos que tem vêm de blogues e não de sites fiáveis? Uma das coisas que aprendi ao longo do tempo foi em não confiar em tudo o que se lê na Internet, ainda mais quando vêm de fontes não fidedignas... Os blogues são espaços altamente tendenciosos e refletem opiniões puramente pessoais.
Quanto ao MSTavares, bom esse senhor escreveu há bem pouco tempo uma cómica crónica em que critica a existência da A6, AE Lisboa-Madrid e diz que entre S.Paulo e o Rio não há nenhuma AE... Seria melhor não termos as duas capitais Ibericas ligadas por AE? E nada mais errado sobre a AE SP-Rio que existe desde os anos 60...

Como se vê, o que se escreve na web é por vezes muito poluído...

Aborrece-me sinceramente este portuguesismo das queixinhas...

Cidrais said...

Mario,

Convido te a refutares com factos os dados que apresentei.

Ha uma razao para o Socrates e os da sua laia ( de socrates, nao da tua ) se recusarem a debater com gente como os Medina Carreiras deste mundo. Os numeros esmagavam as fantasias e perdiam.

Folgo em saber que esta fantastico por Portugal. Eu por muito que adore o meu pais, contato que esta absolutamente irrespiravel.

E nao e porque o li num blog...e porque o constatei na pele.

Mas sabe de uma coisa? Apesar de ser portugues nao me queixo da vida que tenho no Reino Unido.

Porque sera?