14.2.10

Portugal 2010: mais do mesmo.

Facto 1: O PSD controla (directa ou indirectamente, explicita ou implicitamente) o Público, o Expresso, e o Sol, que é para o PSD quase o mesmo que o Avante para PCP! No mesmo barco controla também a SIC e a ViSÃO. E pelo que se sabe a TVI não tem sido nada favorável ao GOV/Soc. ao longo dos últimos anos.

"Facto 2: o PS não controla nenhum orgão de comunicação social relevante.

Conclusão: O..."

???!!!???


Pelo que vou vendo Portugal esta na mesma. E desde o século XVI isso significa que esta fracote. Nessa altura ainda saímos na frente da globalização, e como pioneiros colhemos os seus frutos. Alguma fruta. Mas não podemos colher mais porque a base que tínhamos era pequena e não havia nem mãos nem cestos para tanta fartura. Nem saberíamos o que fazer com ela. Aliás, mal começamos a ter fartura o que fizemos foi deixar de trabalhar. Para quê? O preto trabalhava. Faziam-se negócios da China… Bem, do século XVII em diante foi sempre a decair, à medida que os outros europeus, mais grandes em numero, com mais saber e poder, tomaram conta das operações internacionais. No século XIX já éramos outra vez pouco mais que um estado feudal. O fim da Monarquia prometia muito. Trouxe alguma mudança, mas não a salvação. O Salvador Salazar também não salvou nada a não ser do caos total ás custas de isolacionismo, ignorância, repressão, guerras e miserabilismo em geral. O 25 de Abril também prometia salvação total. Curiosamente não veio pelas mãos da “esquerda” e suas ideologias apocalípticas mas sim do capitalismo: dos retornados, das remessas dos emigras, do FMI, e sobretudo da EU.

Passamos de um país rural, atrasado, analfabeto para um outro país muitíssimo melhor. Ainda muito acanhado, com mentalidade de pequenino e sobretudo com pouca vontade de saber e de trabalhar. E agora isto esta tudo a vir ao de cima, com a globalização a mostrar os dentes vindos da Ásia e dos Sules, com a EU a esgotar as ajudas, com o ficarmos outra vez nas nossas próprias mãos, com a nossa magra produção de riqueza, com níveis ainda baixos de respeito a lei, com pouca coragem, pouca criatividade.

Pelo menos já temos um um Estado social digno do primeiro mundo. Pelo menos em custos. Parece que se o ocidente ainda tem dúvidas que esta a deixar de ser o centro do mundo, que os centros do poder voltaram a mudar, e que o nosso nível e estilo de vida tendem a piorar, em Portugal isso parece já ter pouco de duvidoso. A minha geração e as seguintes vão viver pior que a dos meus pais. Disso não há muitas dúvidas. Mas que dói dói! Para muita gente da geração dos meus pais é frustrante, uma derrota.

Bem, tudo isto já se sabe, não é novo. É mais do mesmo.

O que promete 2010?

Até agora…mais do mesmo.

O problema é evidente. O nível de educação subiu muito mas as novas gerações educadas ainda não são quem manda. Aliás, em muitos casos, ainda nem sequer conseguem entrar no mundo o do trabalho. A alta de produtividade que daí se espera ainda não mostra muitos frutos, até porque entretanto na Europa e EUA os outros países também melhoraram o nível de formação. E sobretudo porque centenas de milhões (repito: centenas de milhões) de chineses, indianos e de outras Ásias e outros sules entraram para um mercado de trabalho globalizado, e eles não só têm o mesmo ou melhor nível de formação como estão disponíveis para trabalhar mais. Ou seja, o nosso avanço nesse aspecto, foi comido, anulado, lento de mais. Ao avançarmos recuamos! E além disso o alto nível de formação sem criatividade e empreendorismo resolvem pouco ou nada. Pouco mais servem do que para termos juristas a servir no supermercado, exigentes e frustrados.

Como se sabe os portugueses são um povo um muito empreendedor, criativo, desenrascado e até positivo, desde que, é claro, emigrem! Quando estamos em Portugal somos afectados por uma droga qualquer chamada “anti-portanabis”que nos faz ficar meio apáticos, e só gostamos é de culpar-nos e maldizer-nos uns dos outros. É uma espécie de cannabis com mau humor!

Visto isto, visto o quadro estar negro (dizem que somos um país inviável há…800 anos! Menos mal, duramos muitos mais que muitos países supostamente mais viáveis), dizia, perante este quadro negro qual a solução? Beber menos? Drogramo-nos menos? Estudar mais? Criarmos empresas? Trabalhar mais? Não… “Trabalhar é bom para o preto!”. A solução é mais simples, já está mais que comprovada, tem dado resultado pelo menos desde as revolução francesa: dizemos mal dos “chefes”, mudamo-los e pomos lá outros. Iguaizinhos! Melhor ainda se poder ser eu, ou algum conhecido que me possa ajudar ao tradicional espírito do "nacional compadrio" .

Veja-se bem. O Governo acabou de ser reeleito. Já o querem colocar fora. Porquê? Têm outras programas, outras ideologias, outras soluções políticas de conjuntura ou estrutura? Não! O essencial da política actual é predefinida pela UE, e acabaram de aprovar o orçamento de Estado em conjunto e por comum acordo. Há por aí algum líder que parece muito bom, muito diferente, muito capaz? Não. É preciso? Não. O que é preciso é desgastar o que lá está até conseguir mudá-lo. Como? Dizendo mal dele. Como? Acusando-o de fazer aquilo que nós fazemos. Aquilo que fizemos sempre, e que vamos continuar a fazer a seguir! O que queremos não é verdadeiramente mudar as coisas, até porque isso é mais ou menos impossível. Basta-nos simplesmente ser nós o centro de atenções, queremos reconhecimento, o poder, os tachos e fundos públicos para repartir...

Facto 1: O PSD controla (directa ou indirectamente, explicita ou implicitamente) o Público, o Expresso, e o Sol, que é para o PSD quase o mesmo que o Avante é para PCP! No mesmo barco controla também a SIC e a ViSÃO. E pelo que se sabe a TVI não tem sido nada favorável ao GOV/Soc ao longo dos últimos anos.

Facto 2: o PS não controla nenhum orgão de comunicação social relevante.

Conclusão: O Ps, “o gov”, é um “polvo”, com planos maquiavélicos e perigosíssimos para acabar com a liberdade de expressão controlando os meios de comunicação social!

??? !!! ???

Pois...

Como não há que discutir opções políticas, ideológicas, práticas de trabalho, etc, que aliás, são pré-definidas em Bruxelas (felizmente), o estado das coisas é este: jornais e jornalistas criam os próprios factos políticos dos quais vivem. E o cúmulo é este: os factos políticos são os próprios jornais e jornalistas! Haja egocentrismo!

Cada um faz política, ou seja, exerce poder, com o poder que tem. O PSD tem posição favorável nos media...

Parece simples. Mas nem é. A questão é mais profunda. Será que os media ainda tem dono? Ou já mandam em si mesmos sem qualquer controlo? Pela lei (segredo de justiça, por exemplo) já se viu que o 4º poder não é inspirado nem limitado. Mas a questão é saber: quem é realmente o 4º poder?! Os media ás vezes parecem mandar mais do que os outros 3 juntos. Sem eleições!

Como diz o meu pai na brincadeira: acabem já com as eleições, políticos, governos, parlamentos e PR. Para quê? Entreguem tudo aos jornalistas/comentadores. Eles sabem tudo... E em parte já são eles que governam.

São todos mais ou menos iguais, concordam mais ou menos em tudo. Em termos de ideologia e pratica económica, que é o que verdadeiramente importa, não há alternativa. Por isso a política passaram a ser supostos casos policiais-jornalísticos, arranjados à mesa do café pelas respectivas seitas de políticos, advogados, juízes, polícias e jornalistas sedentos de ocupar os mesmos lugares e fazer as mesmas coisas. Não há o que discutir. Mas haverá sempre que discutir o quem.

Mais do mesmo. Sempre! Viva Portugal.

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