11.12.09

A minha 7ª Vida...segue dentro de momentos!

Antes de este ano (de trabalho) começar mentalizei-me para 2 trabalhos. Um, pequeno pequenino, manter-me a dar aulas de yoga, ao Sábado, só 3 aulas. Fácil. E outro era voltar a faculdade e fazê-la bem. Voltei a faculdade, a de Letras, departamente de História, Estudos Asiáticos. Estudos Asiáticos é o nome que actulamente se dá ao que antigamente se chamava “orientalismo”, o estudo das culturas dos países da Ásia. História, geografia, línguas (no meu caso chinês e hindi), filosofia, sistemas politicos, relações com o ocidente, etc. Estes dois trabalhos incluiam um poiso, uma casa confortável, e praticar yoga e desporto para me sentir bem comigo próprio e poder dar o máximo nos dois trabalhos. Pressuponham estabilidade.

Azar. A Vida não corre como queremos. Nós fazemos a Vida acontecer, através das nossas acções, mas, e é mesmo assim, somos apenas parte de algo mais vasto, um Todo, e portanto a vida não nos pertence. E não a comandamos, apenas a influênciamos, um pouco, ás vezes, através daquilo a que chamamos actos de vontade, a maioria deles pouco ou nada concientes, e ainda menos livres, seja lá o que isso for. Azar, a Vida escapou-me “ligeiramente” das mãos.

Como se não bastasse mudar mais uma vez de local onde vivo (em cerca de 8 anos mudei de casa, e ás vezes de trabalho, cidade e até de país, mais de 8 vezes), como se não bastasse voltar a faculdade e o curso ser bastante mais puxado do que tinha imaginado, em vez dos 2 trabalhos planeados tive 4. Em vez de estabilidade tive uma brutal instabilidade, e logo, bastante stress. Um dos trabalhos imprevistos, e bastante problemático, e que agravou as dificuldades dos outros todos foi não ter poiso. Na altura em que precisava, e em que deveria entrar naquela que seria a minha casa, descobri que a coisa estava com um “ligeiro” atraso de cerca de 2 meses! Primeiro tentei ir e vir. Viver no campo e estudar na cidade. Por mais idílico que isso pareça não deu resultado. Rápidamente percebi que tinha de arranjar poiso temporário. Por acaso foi fácil e duas amigas facilitaram-me o acolhimento. E boa companhia diga-se. Mas não era a minha casa. E por vias que não vale a pena explicar já ia no meu quarto ou quinto mês a não dormir mais de 2 ou 3 noites no mesmo sítio, e com a roupa algures perdida por malas, e sem o minimo de estabilidade e rotinas tão necessárias. Até porque quando se fica muito instável, além de se perder muito tempo com adaptações permanentes, a tendência é o desgaste geral, e o organismo começa a exigir que se pare, e lá se vão yogas, desportos, horarios de estudo e coisas do genero. Entretanto a “minha” casa lá ficou disponivel, embora não pronta. Os pedreiros ás vezes ainda entravam e saiam, faltava pintar, colocar o gás, luzes, limpar, mobilar, re limpar, etc.

Hoje, finalmente, acho que tenho casa. Ainda não está tudo. Falta pintar umas coisitas, falta limpar outras melhor. Falta montar um ou outro movel. Mas ontem vieram colocar o gás. E por um milagre (com nome de pessoa) a instalação passou à primeira. E por isso agora tenho água quente, fogão e tudo!!! Só esta semana, desde ontem para ser mais preciso, é que sinto que tenho casa, base, um poiso, algum sitio onde gosto de estar e onde posso estabelecer-me e criar concentração e estabilidade, como se diz para fazer no yoga...

Ainda não estou concentrado nem estável, ainda não estou como queria. Mas estou bem melhor agora. Desde ontem! Uuufffff...

P.S. Estou a viver entre Arrois e Anjos, uma zona cheia de velhos, estudantes, brasileiros e chineses. É algo decadente, mas também cosmopolita. Acho que esta zona está a começar a tornar-se quase...chiq! Num raio de poucos Km vejo um numero crescente de igrejas evangélicas, sobretudo brasileiras. Aleluia, viva o senhor.

2 comments:

Anonymous said...

Felicidades no novo lar e no novo curso - rumo à estabilidade.

Joana Correia said...

Ainda não me tinha actualizado no teu blog. Pois mesmo, azar, a vida passou-nos como uma ilusão fantástica mas não deu tudo o que queríamos. Mas mesmo assim espero que cada um encontre o seu caminho e alguma estabilidade. Eu ao fim de tantos ter voltado a casa também não foi fácil, parece um andar para trás. Este mês também mudo mais uma vez de casa, desta vez para o Porto,e não por muito tempo, porque depois é rumo à grande ilha. Espero que tudo corra bem na nova casa, e espero visitar-te também. Estamos ligados como duas vidas imperfeitas e lutdoras.
Beijos e boa sorte